"O João?
Ainda está no Dubai!
Vai ao blogue..."
Após "longa travessia no deserto" (finalmente - e após tantos anos - encaixo esta expressão na sua plenitude) e um arrastado período de modorra física e emocional, volto a acreditar que tenho ainda algumas faculdades para soltar uma ou outra palavra neste "Do And Buy" que, já sabem, muito vos estima.
Estou a 3 dias de completar metade do meu casamento (que expira em Julho) com o Dubai, com os Emirados (todos) Unidos e com este blog.
Costuma dizer-se que após 3 meses, 3 anos ou 3 décadas (e por aí em diante) algo acontece - não se sabe é bem o quê.
Como eu sou de direito, compete a quem de direito, mostrar a quantas andam estes senhores, o que fazem, o que não deixam fazer, o que mostram e o que pretendem ver mostrado.
Uma presença profissional de apenas seis meses noutro continente nunca poderá apagar a sensação de turista atordoado, lazer, ócio e descoberta.
Portanto, sou muito mais semi-profissional do que profissional e amador, porque amo ser semi-profissional.
Apresento-vos um rol (ls Royce) de algumas situações que, se assim o entenderem, poderão aproveitar (de forma muito mais séria e profissional) para os vossos desenvolvimentos científicos e/ou académicos.
Serão case studies os:
A Limu ou a limousine
Quem nunca cobiçou a possibilidade de participar no saudoso "Parabéns", sendo largado à porta daquele teatro, na Limu do Herman José?
O Dubai não tem tempo para brincadeiras de praceta.
Por isso é que não há putos a jogar à bola no exterior, na impossibilidade de fazer balizas à medida do tamanho dos garotos.
É então um facto que, no Dubai, não há pracetas. Nem se lhes consegue explicar o seu significado.
É então um facto que, no Dubai, não há pracetas. Nem se lhes consegue explicar o seu significado.
Nem há praças porque ninguém faria uso delas. Há rotundas que têm espaço de praças.
São rotundas porque no Dubai ninguém anda a pé.
E ninguém gostaria de ver uma praça sem gente. Ou uma rotunda feita praça.
Há estradas, alamedas, avenidas, ruas-estradas e palmeiras em todas elas.
As estradas são normalmente auto-estradas, as alamedas são apalmeiradas, as avenidas um misto das duas e as ruas-estradas, muito bem pavimentadas.
Aqui estão dispostos os motivo para a existência da Limu.
A Limu em Portugal nunca pode funcionar: a não ser em Azeitão, na rampa-limu que o Herman mandou construir com a tecnologia e o know-how importados do Dubai.
Mas cabe na cabeça de alguém subir de Limu para a Sé Velha em Coimbra, descer às vielas da Ribeira no Porto ou perder-se na Alfama de Lisboa?
Tenham juizo!
O Camelo
Existem duas espécies de camelos: o dromedário ou camelo árabe, que tem uma só bossa, e o bactriano, mais comum na Ásia Central, que possui duas.
Portanto, o dromedário também é camelo.
Os camelos, por serem animais indulgentes, ultra-resistentes ao calor, com capacidades sobre-camelárias de armanezamento de água, serviram tradicionalmente para o transporte de populações nómadas beduínas, juntamente aos seus haveres.
Mais tarde, os menos nómadas e mais sociais, acabaram por se fixar em algumas das zonas costeiras do deserto, começando a criar povoados piscatórios, como é o caso do nosso Dubai.
O Dubai era uma aldeia há cerca de meio-século.
É inacreditável acreditar que alguém acreditou que, acreditem, o Dubai pudesse ser acreditado mundialmente como potência económica e financeira.
Petróleo.
Os camelos, já num plano lúdico, servem de instrumento às ásperas apostas nas corridas.
As TV´s e jornais locais não passam um dia sem referenciar as lesões dos players, as possibilidades, as características e claro, as próprias corridas.
Pusessem muitos jogadores da bola os olhos nestes camelos que correm a mais de 40 graus e teriamos aí jogadores com eles no sítio, para encarar o futuro dos nossos clubes de outra maneira.
É muito simples: treinas a 100, jogas a 1000!
O camelo serve ainda para o turista-de-praia tirar uma foto, após 15 tentativas goradas de subir para cima do belíssimo mamífero.
Completamente ensebado de suor, sorri, é fotografado e a foto, imediatamente digitalizada, está pronta a ser enviada para Bochum na Alemanha, onde o cunhado e a sobrinha mais nova residem.
As natas do Céu
"Dinner in the sky"
"É pa, onde é que se come bem e barato?"
Esqueçam.
Ou comes barato e mal (à excepção de locais que, por princípio, só divulgo a quem mostrar merecer) ou comes caro e benzinho.
Ou então comes no céu e logo me dizes.
Querem que me acredite que é espectacular elevar-me à altura de 7 andares (com cozinheiro incluido) para que tenha um repasto inesquecível...
E se o vinho acabar?
E se estiver com diarreias?
Patrocinam penico?
Fraldinha?
Não há nada como uma mesa como bancos corridos, pés bem assentes no chão e palitos para quem não quiser guardar a "febra" no dente, para a primeira refeição do dia seguinte.
Mas o que vale é que só a nata sobe ao céu.
E a nata não deve gostar de vinho de mesa corrida nem de fazer cócó.
A menina não cobiça o menino (ai dela!)
Apesar de assumir o tal papel de playground do mundo islâmico, o Dubai pauta-se inevitavelmente pela Sharia (Lei Islâmica).
O menino que pretende galar a menina, não o deve fazer neste parque.
Vai jogar berlindes para o lado oposto, ou então, espera pela noite e procura o melhor hotel, com o melhor piano-bar que alberga a melhor banda residente de covers dos Dire Straits do mundo, trocando os berlindes por notas de conto-de-rei que tudo vão pagar.
Incrível, incrível é perceber as meninas, completamente cobertas, algumas com máscaras de ferro devidamente ornamentadas, apenas com espaço para os olhos verem o que lhes é permitido.
Consta que, por baixo da túnica encomendada a estilista de renome, está a roupa adquirida num dos muitos Ovos Malls, perfeitamente urbana.
Os acessórios, esses, são do mais ocidental possível.
Quanto a eles, passeiam-se em JBR numa passerelle automóvel que engloba tudo o que possam imaginar (Bentleys, Lamborghinis, Porsches, Maseratis, Rolls Royces, Jaguars, Mustangs, Cadillacs, Hummers e os inevitáveis Ferraris - alguém se recorda dos Mercedes, Volvos, BMW´s ou Audis?).
Envergam sandálias, túnica branca sem um único vinco. Impecáveis.
Agora, esqueçam-se.
Ficam mais que sugestionados para uma prova de doçaria regional de fim-de-semana.
Doce de li(mouss)ine, baba de camelo, natas do céu e ovos malls.
Olhó Dubai!
É p´ró menino, é p ´rá menina...
(Um bem-haja muito grande aos simpatiquíssimos Miguel e Carolina que, de visita, me emprestaram as fotos para este post)
4 comentários:
I don't understand what your saying, I'm american, I guess your mexican or italian and NO I am not racist if it comes across that way.
~A.G.~
Já andei atrás de uma menina de Bochum. Esforço infrutifero...
Mas diz que se estuda bom direito internacional público por lá...
Olá Pessoal!
Somos brasileiros moradores de Dubai e como o assunto é Dubai, gostaria de convidar vcs pra participar da nossa comunidade no orkut.
BRASILEIROS EM DUBAI_OFICIAL (aquela com a foto da bandeira dos 2 países,Brasil-Dubai)
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=40338867
Abraços a todos!
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