terça-feira, 24 de março de 2009

Diz que faz hoje dois meses...

E se, de repente, nascessem?
A saber que a "vida" estava confinada (qual karma...) a 6 meses?
Como a celebrariam?

São 6, os festejos que vamos ter que cumprir por cá (fora aqueles outros para os quais ainda vamos ser convidados por pessoas extraordinárias que nos acenarão, dizendo saber que em Portugal se fala Castelhano).
Celebramos (vocês também comigo) os 2 meses, meus caros...
Os dois meses mais caros.
No Sábado, dia 24 de Janeiro de 2009, quando se começava a desenhar a 18ª jornada da 3.ª Divisão, Série F, com esse enorme Barreirense-Campinense (ver infra ficha de jogo), eu próprio, João Maia Dias e Tiago Soares aterravam no Dubai, naquele dia que se perfigura como o único em que choviscou até ao momento.
Ficha do jogo:
Estádio: António Almeida Correia (FONI), em Alcochete
Tempo: Tarde de verão
Terreno de jogo: Bem tratado
Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)
Árbitros auxiliares: Hugo Proença e Nuno Duque

Enquanto que aquele Barreirense-Campinense se saldou num empate (revelando que a equipa do Barreiro, comandada por Carlos Fernandes ainda não mostra as credenciais que lhe foram atribuidas no início da época e evidenciando necessidade de amadurecimento nos processos de transição defensiva), no Dubai celebrava-se a vitória da chegada.

E como celebração rima com "ponto da situação", tomei a liberdade de vos voltar a prender ao Dubai, nem que seja tropeçando, mais uma vez, no meu blog.

Para além da simpatiquíssima visita da "Grande Reportagem" da SIC, nas pessoas de Miriam Alves e Jorge Pelicano, (responsáveis, respectivamente, pelos excelentes e premiados internacionalmente trabalhos “O Balneário” e "Ainda há pastores?", nada de muito diferente aconteceu por terras do Sheikh Al Maktoum.

Em relação àquela "Grande Reportagem", a rodar previsivelmente em final de Abril, vos adiantarei mais pormenores em breve.

Surpresas a nível de rostos conhecidos, em prime time.
Valerá a pena, no conforto das vossas chaises longues ou canapés, sem ter de ligar o PC...
Há que ser paciente.

Se ainda alguém vê a MTV (para além daquele grande clássico que nos introduziu a muitas das bandas que ainda ouvimos hoje - Alternative Nation) e se lembra das festas de praia com jacuzzis a 20 metros da areia, barbies danceteiras, Moët & Chandon e muito Saint-Germain a sair do Sound System, vai querer dissecar estas fotos.

Suspended Matrasses: Sunbaths & Mojitos from England, France, South Africa, Cape Green, Ciprus and Portugal

João Dias - chill out time

João Dias and Tiago Soares: The gorgeous portuguese men

Nestas festas, meus amigos, só por convite.
E este é o Dubai dos clichés, aquele de que todos falam na Europa.
Aquele Dubai exclusivo. O das 7 estrelas (a caminho das 9).
E para isto, meus caros, é preciso conhecer pessoas importantes.
Nós, não facilitámos.

Por entre dias de trabalho entediantemente iguais, percorrendo a Sheikh Zayed Road até Greens no regresso a casa e o inverso na ida para a labuta, lá fomos espreitando alguns spots obrigatórios.

Com a devida distância, assim como não se pode ir a Florença sem se entrar no Duomo, não se pode sair do Dubai sem contemplar o Burj Al Arab, o Burj Dubai, the Palm, Atlantis Hotel ou a plêiade de Ovos Malls que se instalam tal como no SimCity, com apenas um clic.
Aqui estão dois dos ex-libris:

Burj Al Arab. View from Souk Madinat Jumeirah: the only 7 star hotel in the world

Burj Dubai. The world tallest building

Para além disso, temos entusiasticamente experimentado a água do Golfo que já não chega para nos arrefecer dos pouco primaveris 37 graus (mas afinal, em que Estação do Ano estamos nós?).

Como em todo resto da cidade, o lazer das "castas sociais" espartilha-se por zonas distintas.

Se o centro, em Deira e Bur Dubai é povoado por shoppings semi-desertos à semana (tal como aquele Riaplano ou Oita em Aveiro, o Avenida em Coimbra ou o Dallas e Brasília no Porto, que fervilhavam nos oitentas, mas agora deglutidos e tornados tubos de ensaio para muitas das bandas-locais-prestes-a-explodir), enchem-se ao fim-de-semana de indianos, paquistaneses e filipinos.

Assim como as praias menos fashion onde, vestidos e de dedos entrelaçados em sinal de Amizade, se passeiam indianos-homens (as suas mulheres aguardam na Índia o seu regresso, estimado em 5 anos e vão "levantando" o dinheiro que vai chegando irregularmente, por correio, em mão de meirinho) no único dia de descanso semanal - o Sábado.

No Dubai "novo", na praia dianteira à Jumeirah Beach Residence, aglomeram-se os expatriados (mas quem foi inventar e implemetar tal palavrinha - a lembrar uma qualquer Sibéria estalinista) ocidentais, sendo facilmente perceptível descortinar uma palete linguística e de sotaques que vai do Inglês da Austrália ao dos States, do Português europeu ao Português da América do Sul, Italiano, Polaco, Alemão, Basco e, quiça até, escorregar numa qualquer leitura do Asterix em Mirandês.

Na parte traseira das imponentes torres da JBR, os enormíssimos rococós dos Ovos Malls e as compras de fim-de-semana numa qualquer Ana Sousa ou Sacoor Bros...

A partir deste momento relanço o meu blog.
Torno-o massificado e pisco o olho ao Sheikh.
Por outro lado, corro o risco de ser linxado por parte da crítica.

A lembrar os Stone Roses, na ponte entre o intemporal álbum homónimo e o muito Dubaiano, pindérico e pretencioso Second Coming de 94.
O que vale é que, por aqui, poucos criticam e quase ninguém conhece o Ian Brown.
Por baixo desta máscara estará sempre, vos juro, o menos alienado e responsável John Squire.

A partir de hoje, este blog nunca mais será o mesmo.

If you want to set up a business in Dubai: take off your shoes and dance the blues.

terça-feira, 10 de março de 2009

No Golfo, também sopra a brisa fresca...


Vocês, meus estimados amigos, a razão de ser do meu parco mas esforçado blog e todos aqueles que, amantes do Árabe, planaram até ao título deste moleskine, merecem tudo.

Depreendo também que muitos de vocês se perguntarão como será possível que "aquele gajo que está no Dubai e nós aqui no nosso Portugalzinho", 80 % do que escreve é lamento, pesar, desconforto e introspecção inflaccionada.

Se 50% daqueles 80 (30% são delírios do leitor, genialmente induzidos por mim) são possivelmente verdade, ainda nos restam outros 50%.

Estejam descansados, meus estimados, que isso significa que "aquele gajo que está no Dubai" não denota traços depressivos nem uma tendenciosa e parcial aptência para a Sociologia de Bolso.

É então, dos outros 50 por cento que vos quero falar.

O Dubai tem que ser encarado com sentido de humor.
O que me pareceu trágico, afigura-se-me agora como cómico.

E é verdade que há muita coisa aqui que não acontece em nenhum local do Universo, quanto mais nos brandos costumes de Portugal.

Meus caros, refiro-me ao denominador comum por cá: a Exuberância!
As Peitudas dos Automóveis - Alguém se lembra desta película de 1987 com o título original em Eslovaco Kozy Vozy?

Contam-se pelos dedos de um pé, quantas vezes por dia, em Portugal, se apanha um murro da Exuberância (quanto muito da extravagância...).

A Exuberância exige dinheiro. E Portugal é pobre.
A Exuberância clama por dimensão. E Portugal é pequeno.
A Exuberância brada às dinastias. E Portugal é uma Democracia.

Portugal já foi rico, grande e dinástico.
Mas já não é.
Já não é Exuberante.

Acontece que o meu querido homónimo, de seu apelido Gouveia, durante um cafezinho de portugueses (tem que ser para se chorar em conjunto uma vez por semana!) com a sua mui amável esposa, Dona Carina, trabalha no Dubai Autodrome.

Já em jeito de despedida:
"É pa...tenho aqui algumas credenciais. Vai haver uma corrida das Speedcar Series. Passem por lá...".
"Obrigado João...Dá cumprimentos lá em casa".

Programa de Sábado à tarde (que correspondia ao nosso imaculado Domingo de futebol português - agora joga tudo à noite, em dias de trabalho e não deixam entrar tremoços...), "romeira-se" ao Autódromo, às corridas de cavalo, aos jogos de cricket e ainda, se formos mais fundo, às impressionantes corridas de camelo (sim, estes animais não saltam barreiras mas correm...).
Entrei, a recordar-me das intermináveis sessões de Fórmula 1 do pós-almoço domingueiro no Canal 1.
Ali estavam as meninas peitudas por todos os lados, boxes abertas, em exposição de um lado, Lamborghinis Gallardos, Maseratis ali, Ferraris acolá e, ao fundo, o acesso à pole position, antes da partida.

"Ó Tiago...aquele gajo ali parece-me o Jean Alesi."
"É verdade Sardo. Mas olha que ali só pode ser o Johnny Herbert".
E era.

Sir Johnny Herbert, a Trail of Dead Fan, with the Portuguese Commission

Aqui está grande parte daqueles 50%.

Como daquela vez que vimos no Dubai (Ovo) Mall (o maior do mundo!) Rivaldo a cruzar-se com o estilista português João Rolo, denotando total desconhecimento um pelo outro...

Caríssimos, tudo isto é Exuberante.
Tudo isto é cómico!

Mais oui, c´est Jean Alesi!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sobre algumas considerações sociais e o Casamento.


Já aqui tinha feito, muito na diagonal, uma ou outra referência às castas sociais não institucionalizadas que perspassam na vertical todo este folclore que são os Emirados Árabes Unidos.

Mas, uma acepção mais linear de "folclore" (aquela que habitualmente a populaça apelida também como rancho), pode deixar adivinhar uma noção negativa associada a preconceitos que se prendem com diferentes percepções culturais.
Ou por outro lado, a consideração de que tudo o que é folclore é, ora parolo ora foleiro.
E é injusto que assim seja.

Se espreitarmos o website da Federação do Folclore Português (geralmente confundida com a inexistente Federação Portuguesa de Folclore - pelas óbvias referências futebolísticas) sabemos que o Grupo Folclórico e Etnográfico de Macinhata do Vouga foi assaltado:


"A sede do Grupo Folclórico e Etnográfico de Macinhata do Vouga (Águeda), foi assaltada e o seu espólio material e cultural roubado. O fruto de mais de 20 anos de trabalho desapareceram e o futuro desta colectividade ficou seriamente comprometido, seja pelas perdas insubstituíveis, seja pelo desalento que tomou os dirigentes e os componentes do Etnográfico de Macinhata do Vouga".

Alguém, de bom senso, discordará que se ateste a gravidade do ocorrido no que toca ao (des)respeito para com as raízes ancestrais (agora arrancadas) da Freguesia de Macinhata do Vouga? E aqueloutras para o Concelho de Águeda?
Em continuação:

"Qual a motivação? Qual o interesse económico dos larápios? Qual o destino de tanto património cultural roubado?"

É com esta questão etno-cultural poderosíssima que temos que, inevitavelmante, assumir uma reflexão consciente.



Apesar de me considerar muito pouco burguês, a verdade é que, em muitas áreas da vida, padeço de um certo aburguesamento que se prende com caprichos, selectividade e triagem qualitativa.

Isto porque, se em vez de me falarem de "folclore", me sussurrarem ao ouvido World Music (em Português, Música do Mundo ou as Músicas do Mundo) penso logo em Sines ou no Sons em Trânsito.
E isso sim. Isso é de Salas 2 a horas pouco convidativas, lá para os lados do Oita, na Lourenço Peixinho.

A mesma história, a da música popular e a da música pop.
Não serão elas a mesma e uma só coisa mas dita por pessoas diferentes e em ambientes distintos? Ou pelo menos, concordaremos, não terão, pelo menos, uma base claramente comum?

Com esta verborreia toda, já se esqueceram do GFEMV (Grupo Folclórico e Etnográfico de Macinhata do Vouga)?
Pois eu, não.

Pretendo fazer um pequeno exercício, baseado ainda na minha profunda inexperiência de vida (por isso vos peço a vossa preciosa crítica, compreensão e auxílio para que se complete atempadamente esta tese).

Quero encontrar os larápios, aqui mesmo, nos Emirados.

Deste modo, restituir a dignidade aquela Associação Cultural sem escopo lucrativo que, de forma tão militante, leva a Macinhata aos cinco cantos da emigração portuguesa (porque ainda não há voos comerciais para o ciber-espaço).
Viva a Sociedade Civil!



World Music Vs Folclore / Sines Vs Encontro Nacional de Folclore de Águas Santas


Por admitir ser mais aburguesadito, tendo em acreditar que este ano, à semelhança dos anteriores, o Encontro Nacional de Folclore de Águas Santas vai ser uma parolada.
Seguramente, as Músicas do Mundo em Sines, ou o AnDanças em São Pedro do Sul, mais uma vez respirarão a qualidade que sempre os caracterizou, na prazenteira possibilidade de mergulhar respectivamente, ora no Oceano Atlântico, ora no Rio Vouga.

Assim é por cá, quando os playmobis da construção vindos do Paquistão, Índia ou Filipinas, "despegam" em magotes fazendo jús à tal expressão que todos aprendemos na cresce: "de mãos dadas e em filinha indiana".

Cheiram muito mal, sorriem porque têm que ser simpáticos, escutam e dançam música muito pouco árabe.




Dirão, a maioria dos expatriados ocidentais, que não entendem como estes monhés se comportam daquela forma. E dirigem-se eles depois para Sines, no conforto do seu automóvel patrocinado por uma das três maiores empresas do ramo.



No dia seguinte, são os primeiros a telefonar para os filhos na Europa a referir que, depois de Sines, ainda tiveram tempo para ver uma das maiores companhias de dança do ventre de Oman que, por acaso passou em Abu Dhabi para o aniversário do Sheik e que, "afinal vai começando a aparecer alguma oferta cultural por cá".



Por mim, vou chegando a algumas conclusões, num país em que apenas 34% da população é autóctone (e 10% no Emirado do Dubai), sendo que a grande fatia é proveniente de outras regiões asiáticas e, residualmente, ocidentais que trabalham como técnicos superiores, directores e administradores.

E sim, foram estes ocidentais, a par dos árabes envaidecidos que os gostam de ouvir falar, que introduziram a falsa World Music (a mesma, a da Mariza que canta o "fado" e que povoa as televisões locais) e ridicularizaram o folclore que, ao contrário de nas outras partes do mundo, chega de fora, lá dos lados das Índias e Filipinas.
Quer-se queira, quer se não queira, quem constrói a identidade cultural é quem está. E que está em maioria sulca mais fundo.



E isso é folclore.
E isso é ser popular.

Isto não é rancho.
Portanto, aqui deixo, para memória futura, algumas fotos do melhor momento desta minha estadia.

Tive o privilégio e a honra de aceder ao convite simpático e assistir ao casamento da irmã do "nosso" Sunil (casado com uma chinesa que conheceu em Inglaterra enquanto tirava o seu MBA), administrativo lá no escritório.
Nascido no Dubai, de origem indiana, fruto da angariação árabe de mão-de-obra, iniciada nos sessentas aquando da descoberta efectiva de petróleo, elemento que continua a pagar as exuberâncias que nutrem o ócio dos autóctones.
Nasceu cá mas nunca obteve, nem obterá, a Nacionaliade.

A cerimónia realizou-se no único templo indiano que, numa atitude muito pouco ecuménica e a muito custo, sobrevive num armazém do Bur Dubai, encafuado na indian lane souq, na parte mais antiga (mas pouco) da cidade.

É deste folclore que falo.

E num país de nómadas, sem recursos naturais a não ser o fabrico de petróleo (descoberto há um par ou mais de décadas), com regras de sociabilidade pouco consensuais à luz dos nossos valores ocidentais, não se deve poder admitir uma ditadura de (falta de) gosto(s) e de gritante negligência etnogáfica.

O Sheik manda chamar o indivíduo, a obra faz-se. Ordena descartar e contempla. Preocupa-se, de seguida, por não estar seguro da existência de algo maior em NY ou no Parque das Nações.

Os Árabes milionários mas também aqueloutros apenas ricos, regra geral, são vaidosos, avassaladoramente pindéricos, arrogantes, hipócritas e exploradores.
Compram os serviços aos ocidentais e a mão-de-obra aos asiáticos.
Apenas retêm alguns dos semelhantes em postos administrativos para garantir que ninguém fuja da alçada desta ditadura de caprichos e falsas religiosidades.

O resto do mundo islâmico, particularmente a vizinha Arábia Saudita, que às Sextas continua a encher estádios no espectáculo público da morte assistida, olham bem de esguelha para todo este deboche. Apenas o toleram por motivos dinásticos, por respeito às origens dos Sheiks e das suas famílias nos Emirados e, inevitavelmente, pelas excelentes relações económicas que com eles detêm.

Mas esquecem-se que o Dubai praticamente não existia há cerca de 60 anos, que o petróleo já está a acabar e que os turistas cedo se aperceberão que isto tem muito pouco para oferecer para além dos pacotes turísticos risíveis, entediantes e reeinventados até à exaustão, acrescido do sol(o) abrasivo e insuportável.
Uma seca, portanto.

Ou "eles" se apercebem que a aculturação de mais de metade da população que ajuda a construir no deserto (e asseguro-vos, meus amigos, que construir no deserto não é fácil) é fundamental, ou "eles" deterão eternamente o estatuto de trampolim. Vem, salta mais rico e regressa à origem com a certeza de desperdício existencial.

Mas também é verdade que a Cultura leva tempo a ser edificada. Pode acontecer que este caminho se começe a calcetar agora. Mas nunca virando costas a quem está, mesmo sendo de fora. Isso é irrelevante. Que perigos pode haver? É ainda mais enriquecedor crescer na partilha (veja-se, a título de exemplo, as meninas de Cabo Verde)...

Não há incompatibilidades. Só se as inventa por decreto.

A esta hora estará Michel Giacometti, com o seu precioso legado, fruto das fabulosas recolhas feitas no âmbito do folclore e da etnografia, a dar voltas na tumba, e a pensar como estarão as pessoas da Freguesia de Macinhata do Vouga. Essas mesmas com quem ele falou.
E este senhor, asseguro-vos, não era parolo e sabia umas coisitas. E rancho, era raro comer.

Preferiria viver, concerteza, em Deira, no meio da confusão importada, do que no fabuloso, faustoso e mui algarvio aldeamento de Greens (onde resido actualmente, atestando então, o meu laivo de burguês comodista a caminho da falência).

As culturas não tem escalas de grandeza. Coabitam paralelamente na realidade mas se se casam, vos garanto, nunca mais se divorciarão. Amadurecem.

As culturas não são moralizadas. Por mais que se pense que se consegue, é falácia. Porque elas sobrevivem sempre às pessoas. O mais que pode acontecer é adaptarem-se. E isso só acontece quando se toca, se cheira, se sente, se vê e se ouve. É preciso conhece-las. E o (re)conhecimento é mútuo. Têm de ir ao encontro umas das outras.

Aqui, uma ocupa a redoma aveludada e pesada da preguiça. As outras, descomprometidas, aguardam a partilha de uma refeição com a mesa posta há já muito tempo.

Temo que a comida, já fria, não se conserve por muito mais tempo...

Cá por mim, já sei quem assaltou a Sede, lá na Macinhata.
Descobri os larápios.

Resta-me apenas, aguardar pelas vossas pistas sherlockholmianas.
Mas duvido que mude de opinião.

De qualquer forma, se souberem de mais alguma coisa, aqui fica o contacto que devem accionar:

"Apelamos à solidariedade e ao espírito de classe de toda a família de grupos de folclore e ranchos folclóricos, apelando à atenção de todos para identificar a presença de algumas destas peças, seja em feiras de velharias, seja em estabelecimentos comerciais com artigos da tradição ou, ainda, caso exista algum contacto para oferta de algum deste espólio. Os alertas deverão ser dirigidos ao móvel 93 640 89 27 (José Augusto Marques)."

domingo, 1 de março de 2009

É toda boa, a RU( !

Faz hoje 23 anos.

Ainda não tinha 5 aninhos quando a menina nasceu.
Fui ouvindo-a falar e ouvindo falar dela.
Apaixonei-me aos 18, ainda imberbe.


Lá vai ela pensando que é linda.
Por onde passa tudo cresce...