tag:blogger.com,1999:blog-76539559587409334222024-03-05T19:19:27.263+04:00انه نوع من المتعة أن تفعل المستحيلIt´s kind of fun to do the impossibleJoão Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-74725187050073056202009-07-08T00:17:00.022+04:002009-07-08T17:05:03.258+04:00És toda Goa...<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi83Y4ZfRNIZNdaK3qanrOUgvPdQ_AgAsrWJ_QT-j5nwJEZpmitd8Uu3V4Mzh_YdTbZZck3m2ISVPwZHqlbKBZW0tYB82RE7l0r-MGzSYwMzFznIz3twQa1AKh_IbKnZG244BDb6nXZzNs/s1600-h/DSC00521.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5355816672797536754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi83Y4ZfRNIZNdaK3qanrOUgvPdQ_AgAsrWJ_QT-j5nwJEZpmitd8Uu3V4Mzh_YdTbZZck3m2ISVPwZHqlbKBZW0tYB82RE7l0r-MGzSYwMzFznIz3twQa1AKh_IbKnZG244BDb6nXZzNs/s400/DSC00521.JPG" border="0" /></a><br />Juro-vos que não é preguiça e explico-vos porquê.<br />Já não escrevo para quem me leu ou para quem me lê agora, desde 7 de Maio.<br />Se, por um lado, me poderia sentir incomodado (porque já sabem, muitos vos estimo e não quero que passem sem mim), a verdade é que esta lacuna informativa acontece por ausência de novidades.<br /><br />Quem já passou os olhos por alguns dos <em>posts</em> mais antigos deste impressionante espaço na <em>web</em>, imediatamente se aperceberá que as novidades se esgotam ao fim de poucos parágrafos.<br />Porque, efectivamente, não há nada de novo no deserto. Isto é mesmo assim.<br />Há é muito folclore mas a esse nível, estamos conversados.<br />Não quero que deixem de recomendar o <em>DoandBuy</em> aos vossos melhores amigos e, é por isso, que me sinto no direito de não o banalizar.<br />Como tudo na vida (e no futebol): a qualidade à quantidade.<br /><br />Por outro lado, aconteceu Goa.<br />E porque Goa não acontece todos os dias (nem que nos sintamos da gama <em>Vasco</em>) necessitei de quase um mês para absorver, assimilar, desconstruir e resumir de tecla, a torrente sensacional de aquisições novas.<br />Quando nos apercebemos que os estágios são finitos como o petróleo, que não há férias para quem devia gostar muito de trabalhar para o seu país e que “se ia meter um 10 de Junho”, único feriado a gozar e ponte a construir, ninguém ficou com dúvidas quando propus as três letras de viagem.<br /><br />É, de facto, a grande vantagem (consultar lista de vantagens) de residir aqui, qual <em>hub</em> para destinos nada acessíveis a europeus, mais agora que se começa a piscar o olho às <em>low fare trips</em>…<br />Petra, Damasco ou a fascinante Mesopotâmia ficariam para outra altura.<br />Tinha que se ter coragem para escolher.<br />E fomos valentes. Bravos rapazes... </div><div><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-d.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93586107242_799922242_1887339_2616263_n.jpg" border="0" /><br />Mas como se explica Goa às pessoas?<br />Goa é muito mais bonito que o Dubai.<br />É com esta frase que quero começar.<br />E não é só “porque são realidades incomparáveis”... É porque é mesmo verdade.<br />O Dubai é árido, tórrido, artificial e megalómano. Goa é airosa, fresca, natural e simples.<br />Ah..e dizem vocês, “os gostos não se discutem”.<br />Pois confidencio-vos eu: eu acho que sim. Que se discutem.<br /><br /><br /><p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 453px; CURSOR: hand; HEIGHT: 604px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-f.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93583042242_799922242_1887333_994254_n.jpg" border="0" /><br />Goa será um painel de azulejos ainda mais colorido do que aqueles belíssimos que encontramos nas nossas tão exclusivas estações e apeadeiros.<br />É uma respiração de Portugal mais lenta, envelhecida, carente e amorosa.<br />Goa é tão velhinha que dá vontade de a colocar numa cadeira de baloiço e aguardar que nos conte mais outra história.<br /><br />Este foi o primeiro ex-território ultramarino (de todos os outros que ainda tenho para/por visitar) com quem privei...de quem senti o bafo.<br /><br />E juro-vos que, apesar de poder dizer que conheço muito bem Portugal Continental, nunca tinha cheirado, visto e ouvido tanta coisa sobre o meu país.<br />Os esforçados e inexcedíveis professores de História com quem tive o privilégio de ter aprendido no passado, não me atestaram mais do que um guia de visita, conjunto de pistas teorizadas para a descoberta.<br /><br />E é de parte desse transversal capítulo (para bem e para mal) da história colonial portuguesa que me vou deter nos próximos largos minutos de escrita.<br /><br />O que mais impressiona em Goa é perceber Portugal vivido na Índia, pelas gentes de lá.<br />Porque Goa é Índia que leva consigo Portugal.<br />Um <em>countryside</em> (abomino a palavra “província”) português, exótico e colorido, de etnografia única e sentida.<br /></p><br /><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5355817915696930610" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifS4aqtWI0bE751uZqOBMRafdt1bCDn0_hOqxQHuDXXHoxFw2cdXnsyfYtTiI8RCf5K7YrKu8Yk5L2EahAi2VFmb0dcdHZIghTAUvmQyhW3CBOjwQFtP0dqnO_BKzjN6Z_cZtCz1rCDdkX/s400/DSC00522.JPG" border="0" /><br />Estar-se na Índia e sentir-se em Portugal é avassalador.<br />Percebemos que as partilhas culturais são compatíveis e desejáveis mesmo que explicadas por motivos menos consensuais ou até objectivamente errados.<br />A colonização existiu mas releva a partilha.<br /><br />Há partilha em tudo.<br />Traços na arquitectura, nos rostos, nos apelidos, nas abordagens, na vivência social e religiosa, nos brandos costumes, na hospitalidade e na beleza.<br />Primeiro hindús, depois muçulmanos e, por último católicos. Sem impedimentos, ainda continuam a coabitar.<br /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 453px; CURSOR: hand; HEIGHT: 604px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-g.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs118.snc1/4984_93595152242_799922242_1887406_5478998_n.jpg" border="0" /><br />As misturas são deveras impressionantes e tudo pode acontecer. Calcorreio várias lojas em rua mal alcatroada à procura de uma t-shirt que assente na minha esquisitice. Olho para a esquerda e acredito ter visto os olhos verdes mais bonitos e a pele castanha mais irresistível de sempre. Entro e converso.<br />“A minha avó Maria era portuguesa mas a única palavra que me lembro de ouvir é <em>patrão </em>(silêncio…). "<br /><br />As casas dos “patrões” são inacreditáveis, ao jeito das quintas (que mais parecem Sextas) das Beiras. Estes <em>landlords</em> viviam melhor que 95% dos portugueses de território metropolitano.<br />Seriam militares portugueses, garante da pouca necessidade de paz para a região e comerciantes. Suas esposas, domésticas e ¼ de seus filhos, ilegítimos.<br /></p><br /><br /><p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 453px; CURSOR: hand; HEIGHT: 604px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-g.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs118.snc1/4984_93564532242_799922242_1887206_1839090_n.jpg" border="0" /><br />Os Fernandes e Sousas (e, claro, os incontornáveis Smiths portugueses, os Silvas) são, pelo que nos pudemos aperceber pelos <em>outdoors</em>, placas profissionais e monumentos alusivos, as famílias que mais semearam.<br />E de facto, os rostos são portugueses, a pele mais escura, os olhos surpresa de cor.<br /><br />“Boa tarde, são portugueses? Não queria deixar de vos dar os parabéns porque hoje é o vosso dia. O 10 de Junho.”<br />Replico: “…e o dia da Língua Portuguesa!”.<br />Não disfarço um arrepio e sorrio largamente”. Tinhamos acabado de ser abordados, num Português imaculado, pelo pároco goês da imponente catedral onde jaz o douto São Francisco Xavier. É um dos mais importantes locais de peregrinação de todo o mundo católico.<br /><br />Estamos em Goa Velha.<br />Imaginem qualquer coisa como Belém sem pastéis, muito mais verde-castanha, quase por estimar e com os Jerónimos nada manuelinos com pedra alaranjada, divididos em grupos de imponentes igrejas.<br /><br />Um magríssimo guia ofereceu-nos prestimosos serviços em troca de umas parcas 100 Rupias. De imediato, apercebendo-se da nossa capacidade para falar o Português, meio tremeliqueiro avança com um: “bom dia…eu mostro-vos a igreja do Santo.”<br />E assim foi, mais uma revisão da História de Portugal <em>in loco</em>, a milhares de kms de distância do epicentro. Desde a brutalidade da abordagem, às casas queimadas, à conversão mais ou menos pacífica das populações.<br />Mais outro arrepio.<br /><br />Este é um dos poucos locais do globo em que Vasco da Gama é muito mais conhecido que o insular Cristiano Ronaldo.<br />E só por isso, já deve merecer todo o nosso respeito.<br /><br />Não caiam no erro de ir a Goa sem alugar um veículo motorizado.<br />Motorizem-se de “acelera” por cerca de 6 euros negociáveis em 4 dias e podem, dessa forma, sem pressões de tráfego e horários esquecer a precariedade da rede de transportes públicos e aproveitar para ver os animais de pastorícia que lentamente, ao ritmo da região, vos acompanham em cima de pavimento que alterna entre o engravilhado e o mal alcatroado.<br />Aliás, em Goa tudo é bastante barato, o que simplifica ainda mais todo o processo.<br />Mas devia ser proibido ir a Goa só 4 dias…</p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-b.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs118.snc1/4984_93551012242_799922242_1887033_3381087_n.jpg" border="0" /><br /><br /><p>Motorizados, descubram as praias todas, mergulhem, sequem pelo caminho, parem para fotografar e comer camarão-tigre ou as gambas a acompanhar com a inevitável <em>Kingfisher </em>(imaginem a <em>Super Bock</em>).<br /><br />Com pouco tempo de preparação e um voo Dubai-Dabolim reservado em cima do joelho, pouco nos restou, se não ir à descoberta do nosso imaginário das aulas de História e buscar, se tivessemos algum tempo, o local exacto do nascimento de Narana Sinai Coissoró.<br /><br />Fomos na época baixa, já ameaçados pela época de monção (podia fazer a piada fácil com um dos Concelhos da raia minhota), o que por um lado foi bom, porque visitamos com silêncio e espaço todos os locais da descoberta. À chegada ao desmazelado aeroporto, uma comitiva mascarada fez-nos, muito desordeiramente, atestar com mais ou menos exactidão que não portavamos qualquer tipo de gripe suína.<br /><br />Como alguns dos meus leitores bem devem saber, as praias mais a Norte da região de Goa (na zona de Baga e Calangute) ficaram conhecidas por ser verdadeiras <em>passerelles</em> de <em>globetrotters</em> <em>hippies</em> da geração de 60, com sessentas, que se aproveitaram do caos pós-independência para ocupar muitos daqueles espaços (ainda vimos alguns bem “comidinhos”, entoando um Inglês arrastado e pouco recorrente). As <em>raves</em>, rodas e neons acontecem mais na época alta e, felizmente, não as experienciamos, como temia que pudesse acontecer.<br />Só não compra droga quem não quer e/ou não gosta. Todo o tipo.<br /><br /></p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-d.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93542672242_799922242_1886867_6079518_n.jpg" border="0" /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 453px; CURSOR: hand; HEIGHT: 604px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-d.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93555347242_799922242_1887075_8283066_n.jpg" border="0" /><br />Pangim (ou Panaji), a capital, merece visita atenta (assim como as vizinhas praias de Dona Paula e Miramar), situando-se centralmente na geografia da região, dividindo a confusão do Norte e a calmia ao Sul.<br />Qualquer coisa na dimensão de Leiria mas sem o estádio e o castelo. É muito portuguesa em tudo. Os grandes edifícios ainda utilizados pelas administrações locais são os mais imponentes e o espelho da arquitectura colonial do Estado Novo (cores, jardins e palmeiras).<br />Depois o <em>ferry</em> que nos liga ao Forte de Aguada é experiência mais que aconselhável. Aqui percebeu, imediatamente, Vasco da Gama onde escolheu acabar os seus dias, conquistado que estava o meu agora vizinho e estratégico Estreito de Ormuz, na fronteira marítima entre o Pérsico e o Índico.<br /><br /><br /><p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-b.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93552397242_799922242_1887049_1343559_n.jpg" border="0" /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-c.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs118.snc1/4984_93560977242_799922242_1887090_3305920_n.jpg" border="0" />O Sul de Goa é paradisíaco, selvagem e genuino. Menos português talvez.</p><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-g.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93592977242_799922242_1887398_7267847_n.jpg" border="0" /><br />Ficou uma parte bastante importante por conhecer. As regiões mais interiores do território que se distanciam do conhecimento geral. A selva, no fundo.<br /><br />Esta foi a melhor viagem de toda a minha vida, uma polpa de cultura, história, natureza, cor, aromas e partilha. Quero mesmo sublinhar a palavra partilha.<br /><br />Mas muito honestamente (talvez ao jeito do incatalogável Prof. José Hermano Saraiva a encerrar mais um <em>Horizontes da Memória</em>) sinto uma aflição inexplicável ao perceber, bem ao jeito da péssima gestão patrimonial que caracteriza Portugal na transversal, que o ensino do Português não seja fomentado, que não se tome providências em jeito de concertação política para que o ainda palpável legado não caia de vez.<br />É uma aflição mesmo.<br />Bastarão duas gerações para que tudo se esfumasse em fogo animado de vento forte.<br /><br />A universalização do Inglês – estes ingleses sim, geniais gestores – sente-se (e bem) por aqui . Conhecendo, claro está, toda a história victoriana da região.<br />Temos como sempre, as maiores responsabilidades, pelo abandono cultural a que votamos estes territórios-irmãos mas clamamos, como sempre, a partir do conforto de nossos aposentos aveludados, que ninguém faz nada.<br /><br />Recomendo, para trabalho de casa, <em>A Causa da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos</em> por Antero de Quental.<br />Explica, de forma glaciar porque em Portugal se canta o fado, porque é que Dom Sebastião tarda em aparecer e porque não se avizinha baixa do nevoeiro.<br />É ensaio de uma actualidade e intemporalidade cortantes, passado que está mais de século e meio desde sua escrita.<br /><br />Goa é mais que recomendável.<br />Goa é compulsória.<br /><br />Para consultar o registo fotográfico mais completo: <a href="http://www.facebook.com/photo.php?pid=1887439&id=799922242#/album.php?aid=85182&id=799922242">http://www.facebook.com/photo.php?pid=1887439&id=799922242#/album.php?aid=85182&id=799922242</a><br /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-c.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs118.snc1/4984_93569577242_799922242_1887250_5367584_n.jpg" border="0" /><br /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 453px; CURSOR: hand; HEIGHT: 604px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-a.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs098.snc1/4984_93559997242_799922242_1887088_124138_n.jpg" border="0" /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 604px; CURSOR: hand; HEIGHT: 453px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos-h.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc1/hs118.snc1/4984_93597657242_799922242_1887439_290981_n.jpg" border="0" /></div>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-45407059386255500602009-05-07T15:10:00.020+04:002009-12-17T21:17:44.477+04:00Many people believe that Dubai is a futuristic paradise or a late-capitalist nightmare...<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333081727981316978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 267px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaWZK8_5wokg5Tma4ogvHZEVcuA6uhLuefw5llXCvHmf5fcEI5Wx_9wnWpIsRzw9m30G6mp6uEvq918a1DHxEtDXiFRUV-Um6GbYt5j_eQTU9Ia_-GhTne5V9mFFxJ7axPNvS3S3r3Jb0b/s400/06dubai_slide05.jpg" border="0" /> Poderá ser, por causa do calor húmido que já se faz sentir no Dubai-Primavera, o que é certo é que não tenho andado a fazer os trabalhos de casa.<br />E quem não faz os trabalhos de casa, mesmo que seja iluminado e tire vários "Satisfaz Muito Bem" (com letras maiúsculas), não tem nunca o "5" no final do período.<br />Nada se faz sem trabalho.<br /><br />Assim sendo, é altura de me redimir porque ainda tenho tempo de fazer chegar à Senhora Professora uma redacção que substituirá quase todo um período de faltas de trabalho de casa.<br />Englobará as disciplinas de Meio-Físico e Social, Estudos Sociais, Geografia (Social), Português A e B, Sociologia e se, os Senhor Professores de Filosofia e de História assim o entenderem, essas duas disciplinas mais.<br />Um trabalho das Humanidades, portanto<br />Passo a transcrevê-lo:<br /><br />"<br /><em>Somos tentados a acreditar que estamos num <strong>país desenvolvido</strong> tal a quantidade (e qualidade) de bens móveis e imóveis que nos rodeiam.<br />As ruas estão limpas, de cara lavada, não há rigorosamente criminalidade nenhuma e eis que, subitamente, os mais distraídos apercebem-se.<br /><br />Apecebem-se que poderão estar num <strong>país quase-desenvolvido</strong> quando se começam a deslocar ao centro, em Deira, e já reparam mais suor nas faces, cestos de especiarias no solo, olhares plácidos e carentes, sorrisos sinceros dos miúdos, bolas de futebol a rolar, indigência disfarçada em quartos de 5 pessoas. </em><br /><em><br /><br /><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333081733007516802" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1ERbZuQhZJoymjcc3cIsnFfoFrJ0xGHNFdhzF46jOK6LPS-j-BXk-w2pYm1VImEW_qkvQGePjNNwxsspCTJ_DPhnfRq4sQ2F49WrfXi1MLC74M1I95Pa-t3t6oNWhx0xsZg2eN3bsy_SQ/s400/Dub460x276.jpg" border="0" /></p><p>Voltam à Jumeirah Beach Residence e voltam a descrer e a crer. </p><p></em></p><em>Hora de aglomerado de "indianos" (palavra usada por ocidentais para descrever cidadãos da Índia, Paquistão, Sirilanca e Bangladeche) que saem de mais uma obra e que adormecem a fazer fila para o autocarro que lhes vai levar o corpo a descansar algumas horas.<br />Descrê-se que se está num país quase-desenvolvido para se finalmente crer que se está, num <strong>país em vias de desenvolvimento</strong>.</em> <p><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333085999311443698" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 267px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN26T80JNDWDLJWGMdJrnoxtyTCVxV9Qr7Zw_kUbW87P98HNIJgTEIjUpl1oeuo9sJBRXJKFe0SZdiyXCAs1uAwogGeL95oLWN29aCnZqqMS1IvCK3tOV1cDWIepl72WbZI0kBfT69SBvg/s400/untitled.bmp" border="0" />Os Emirados são um país em vias de desenvolvimento porque sabem que lhes falta muita coisa e não têm cultura de a ter.<br />Como qualquer remate de Leonel Messi, assim fácil, potente e de belo efeito, quem não pode fazer o que quer, compra.<br />Compra-se o know-how à Europa Ocidental, EUA, Oceânia e África do Sul e a mão-de-obra, à Ásia Oriental.<br />Só assim se compreende que, por mais passivo que se possa ser em relação à vida, um europeu possa ficar cá.<br /><br />Ficar por menos de 5000 Euros mês "não vale a pena" segundo muitos expatriados ocidentais.<br />"Ainda me podem vir a pagar o automóvel e o alojamento".<br />Quando se lhes pergunta se estão a gostar, encolhem os ombros e esgalham um sonoro "umpf".<br />"Fui escolhido sem entrevista, tenho o curso de Engenharia Civil e eles estão com muita pressa de acabar o projecto. Só indagaram acerca da minha ocidentalidade e se 5000/mês estava bem. Foram dois e-mails e olha, estou cá há 3 anos".<br />Mas estás a gostar? "Umpf".<br /><br />O Madu, nosso carinhoso indiano office-boy, que já tira cafés quase Delta, vai-nos falando de alguns primos que vieram para cá.<br />"Prometeram-lhes casa com quarto e um bom ordenado. Mas vivem nos compounds na zona do deserto de Jebel Ali. Tomam banho quando calha e trabalham 12 ou 13 horas por dia. Agora não se importam. Mas em Julho é que vai ser porque vão estar 50 graus. Podem morrer, podem mesmo morrer."<br />E o Madu tem razão. Há centenas largas de mortos por "acidente de trabalho" que é a forma eufemisticamente utilizada para substituir "exploração" ou "escravatura humana".<br /><br />Se se lhes pergunta: "então estás a gostar?" hesitam muito menos que aqueles portugueses ocidentais - "Não. Mas a minha mãe precisa do dinheiro e tenho que o enviar".<br />Resposta semelhante ouvir-se-á garantidamente das centenas de prostitutas que se passeiam pelas ruas do Bur Dubai de países tão distintos como a Ucrânia, Casaquistão, Mongólia, China, Eritreia, Quénia, Nigéria, Filipinas ou Bangladeche.<br /><br />Porque sou um tipo que sempre gostou de conversar com taxistas (porque sabem sempre os resultados da jornada e os spots mais "quentes" da cidade) foi-me comunicado que após 12 horas de trabalho "a vontade que tenho é de me despedir. Mas não posso porque no contrato está que tenho que pagar uma taxa de despedimento. Ganho mal e não gosto do que faço mas o meu irmão tem uma gangrena e não deve durar muito mais".<br /><br />Subitamente pega violentamente (soltando as mãos do volante) na farda oficial de taxista. "Estás a ver isto? Isto é merda! Conheci uma mulher de negócios, marroquina, fomos à discoteca do Atlantis Hotel. Ela é linda, foi uma noite maravilhosa. Na semana seguinte, voltei lá para deixá-la e o mesmo porteiro, meu conterrâneo, que quase me tinha feito a vénia ao entrar, escurraçou-me, em indiano, a bater compulsivamente no capot do carro, dizendo que ali não era sítio para se parar. Voltando a pegar na farda e com um safanão no volante, This is shit Sir, I don ´t have studies. This is shit".<br /><br />Ainda mais me confrange saber que as castas sociais na Índia são ainda lâminas aguçadas e apontadas à inteligência e razoabilidade humana.<br />Os indianos mal-tratam-se entre si porque nasceram em regiões diferentes. Aqui ainda se inflacciona mais esse estado de coisas latente. Se estão fora, competem e competem ao ponto de se humilharem com reverências bacocas aos ocidentais, que são pré-requisito de formação para qualquer biscate profissional. Os árabes exigem, em períodos de formação curtíssimos, ou melhor, formatação, que se use o "Sir" ou o "Boss" sempre em relação aos ocidentais.<br />Não interessa a formação profissional. Interessa a formatação social.<br /><br />Depois (e sabendo que é sempre injusto generalizar mas é tão flagrante que dói), à semelhança das Ouras e Montechoros algarvios, vemos britânicos a escarrar para taxis só porque já estão cheios de gente e não vão parar.<br />Britânicos que são pagos pelos árabes que "formam" os indianos.<br /><br />É o que acontece quando está muito calor para trabalhar, há muito dinheiro, pouca inteligência e pouco saber-fazer.<br />Importa-se frescura física, cabeças pensantes e técnicos especializados.<br />O deserto transforma-se e a obra nasce.<br /><br />Nem tudo são espinhos.<br />O Dubai tem autóctones muito preocupados com a situação.<br />Gosto de me deslocar ao "Shelter" que é uma Associação Cultural. Como o nome indicia, um dos únicos abrigos de nicho. </em></p><p><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333085995320764898" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 238px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbAnjyVtjLgzoydOMKITfL1tvIM9mrDrHHA6Kq3hBOm-7sI8YbflQI4JKJGQdAXjCZmG8-krd9K5pIWeTI_58xrFuF4P2qeqCYm2jiqXbQ1xCLwtmmqERd2bV0plHJtxG6ZJXMVW3QCVEJ/s400/store.jpg" border="0" /></em></p><p align="center">The Shelter</p><p><em>Conheci dos árabes mais interessantes e imparciais de toda a minha vida. Bebemos vários sumos naturais (são baratíssimos e poderosos), conversamos e pegamos em um ou outro filme para ver.<br />Depois, no fim-de-semana, vou até às maravilhosas "wind towers" e calcorreio as vielas por onde se escondem fantásticos cafés em páteos interiores e se descobrem algumas galerias de arte.<br />Palpita-se o melhor da Europa (com europeus e restantes ocidentais), com gente interessada, com gente interessante e acima de tudo, com gente criativa e colorida. </em></p><p align="left"><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333081733731512994" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibK9nKd31V31d_p9m3mwJy1Av20ZDRVqpuB3aVRKdUTCvHMQJNRnyuQwkzoynZ2Dw1WY2tnGtNCfcvoWDln_zxpLiIXyeHgwMFyYXbcwhT6dsXQ9StTpqAqdtdV-TnMY1S_Fzzf-hLD5uH/s400/basta_art_innerbig.jpg" border="0" /><br />Catherine David, francesa ao serviço da arte, curadora e historiadora que deu o mote para o título deste blog acaba assim:<br />"We are trying to show that the situation is more open, more complex, more heterogenous."<br />Espero, do fundo do coração, que a presença destas pessoas com quem bebi sumos, seja um sucesso, lá na Bienal de Veneza.<br />Porque há cruzes que pesam muito mais que outras. </em></p><em></em><em><p align="left"><br />Mas não se preocupem, senhores dos poços, que estes não são perigosos.<br />Não se preocupem.<br />Apenas pintam.<br />Xiuuuu " </p><p align="left">A smile so far removed, one day will be improved...<br /></p></em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333085990552113074" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrJmQQCZ733YleE8wklXM3-JlAJzhZaqwjnl55oZC3v1qwYHp7YP4zoPTYJMxr_miXhHyIvtZndf2nDT6RgSJC_GG0sahXDB8GG36qP4u26hWBXCd37XEABWM2upPBd8j_xe6ynX43F0UK/s400/dubai-artcafe.jpg" border="0" /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333085994788245858" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibziyDFEMhr6mXo_gZbKF_JQraKIFL0HYBIiQKk6UEQBlUrnzl1OOpI_Adeq3bC3UOexUFKHGhIIaCj416aFikzadCwGTt3nXR3QcMfqxjNRtvdbgSahMLz8keLIZYt1SceSe21m8Npr6o/s400/dubai-xva-gallery-cafe.jpg" border="0" /><br />Espero que a Senhora Professora tenha em atenção as despesas que tive, o grau de cansaço da grandiosa viagem e a ausência de refeições quentes durante a mesma.<br />Peço o "5".<br /><br />Sobre a exploração humana no Dubai vale a pena espreitar: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=1G--pYzttkY&feature=fvst">http://www.youtube.com/watch?v=1G--pYzttkY&feature=fvst</a> e<br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=gjqlbVuTtEA">http://www.youtube.com/watch?v=gjqlbVuTtEA</a><br /><br />O grandioso Shelter: <a href="http://www.shelter.ae/">http://www.shelter.ae/</a>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-55239943361470591282009-04-20T11:31:00.032+04:002009-12-17T21:18:33.270+04:00Pode pôr mais 300 gramas! Mas não corte fininho. Nunca corte fininho.<div align="left">"O João?<br /></div><div align="left">Ainda está no Dubai! </div><div align="left">Vai ao blogue..."</div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Após "longa travessia no deserto" (finalmente - e após tantos anos - encaixo esta expressão na sua plenitude) e um arrastado período de modorra física e emocional, volto a acreditar que tenho ainda algumas faculdades para soltar uma ou outra palavra neste "Do And Buy" que, já sabem, muito vos estima.</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Estou a 3 dias de completar metade do meu casamento (que expira em Julho) com o Dubai, com os Emirados (todos) Unidos e com este blog.</div><div align="left">Costuma dizer-se que após 3 meses, 3 anos ou 3 décadas (e por aí em diante) algo acontece - não se sabe é bem o quê.</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Como eu sou de direito, compete a quem de direito, mostrar a quantas andam estes senhores, o que fazem, o que não deixam fazer, o que mostram e o que pretendem ver mostrado.</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Uma presença profissional de apenas seis meses noutro continente nunca poderá apagar a sensação de turista atordoado, lazer, ócio e descoberta.</div><div align="left">Portanto, sou muito mais semi-profissional do que profissional e amador, porque amo ser semi-profissional. </div><div align="left"><br /></div><div align="left">Apresento-vos um rol (ls Royce) de algumas situações que, se assim o entenderem, poderão aproveitar (de forma muito mais séria e profissional) para os vossos desenvolvimentos científicos e/ou académicos.</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Serão <em>case studies</em> os:</div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong>A <em>Limu</em> ou a limousine</strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326699488883438194" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip2UIgb7oC94zOTm1HdSQDj_U-jdMvn6MmwLi2Eg7w5Cp8Z64bukHR5px6w4Lj8I8C32zc6ANWBI28hV_ZRrN-_1bVTcJiBAQl5h3koinQN5jGEliSMr7A6kgo8a3lvYG06Yn15UbhKy7g/s400/DSC06820.JPG" border="0" /><br /></div><div align="center"></div><div align="left">Quem nunca cobiçou a possibilidade de participar no saudoso "Parabéns", sendo largado à porta daquele teatro, na <em>Limu</em> do Herman José?</div><div align="left"><br /></div><div align="left">O Dubai não tem tempo para brincadeiras de praceta.</div><div align="left">Por isso é que não há putos a jogar à bola no exterior, na impossibilidade de fazer balizas à medida do tamanho dos garotos.<br />É então um facto que, no Dubai, não há pracetas. Nem se lhes consegue explicar o seu significado.</div><div align="left">Nem há praças porque ninguém faria uso delas. Há rotundas que têm espaço de praças.</div><div align="left">São rotundas porque no Dubai ninguém anda a pé.</div><div align="left">E ninguém gostaria de ver uma praça sem gente. Ou uma rotunda feita praça.</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Há estradas, alamedas, avenidas, ruas-estradas e palmeiras em todas elas.</div><div align="left"></div><div align="left">As estradas são normalmente auto-estradas, as alamedas são apalmeiradas, as avenidas um misto das duas e as ruas-estradas, muito bem pavimentadas.</div><div align="left">Aqui estão dispostos os motivo para a existência da <em>Limu</em>.</div><div align="left"><br /><br /></div><div align="left">A <em>Limu</em> em Portugal nunca pode funcionar: a não ser em Azeitão, na rampa-limu que o Herman mandou construir com a tecnologia e o<em> know-how</em> importados do Dubai.</div><div align="left">Mas cabe na cabeça de alguém subir de <em>Limu</em> para a Sé Velha em Coimbra, descer às vielas da Ribeira no Porto ou perder-se na Alfama de Lisboa?</div><div align="left"><br /></div><div align="left">Tenham juizo!</div><div align="center"><br /></div><div align="center"><strong>O Camelo</strong></div><div align="center"><br /></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326700255430470866" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHNNHQ-E7cpFb1TUNcG0oPViBBLbMlOl3qL7X6YTTymmnGLFBk35fFceDUht6IL4_IxXNJmJpwoOSFOg-yCG155yjzMHem4haYZeR4d7l8ZReKkZqeZ5i2YCgDPpjK299JwfkVLHjQirrx/s400/DSC06873.JPG" border="0" /><br />Existem duas espécies de camelos: o dromedário ou camelo árabe, que tem uma só bossa, e o bactriano, mais comum na Ásia Central, que possui duas.<br />Portanto, o dromedário também é camelo.<br /><br />Os camelos, por serem animais indulgentes, ultra-resistentes ao calor, com capacidades sobre-camelárias de armanezamento de água, serviram tradicionalmente para o transporte de populações nómadas beduínas, juntamente aos seus haveres.<br /><br />Mais tarde, os menos nómadas e mais sociais, acabaram por se fixar em algumas das zonas costeiras do deserto, começando a criar povoados piscatórios, como é o caso do nosso Dubai.<br /><br />O Dubai era uma aldeia há cerca de meio-século.<br />É inacreditável acreditar que alguém acreditou que, acreditem, o Dubai pudesse ser acreditado mundialmente como potência económica e financeira.<br />Petróleo.<br /><br />Os camelos, já num plano lúdico, servem de instrumento às ásperas apostas nas corridas.<br />As TV´s e jornais locais não passam um dia sem referenciar as lesões dos <em>players</em>, as possibilidades, as características e claro, as próprias corridas.<br /><br />Pusessem muitos jogadores da bola os olhos nestes camelos que correm a mais de 40 graus e teriamos aí jogadores com <em>eles no sítio</em>, para encarar o futuro dos nossos clubes de outra maneira.<br />É muito simples: treinas a 100, jogas a 1000!<br /><br />O camelo serve ainda para o turista-de-praia tirar uma foto, após 15 tentativas goradas de subir para cima do belíssimo mamífero.<br />Completamente ensebado de suor, sorri, é fotografado e a foto, imediatamente digitalizada, está pronta a ser enviada para Bochum na Alemanha, onde o cunhado e a sobrinha mais nova residem.<br /><br /><br /><div align="center"><strong>As natas do Céu</strong></div><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326699495081040946" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfvEcMZVLXezoFlxYW2c5aOLCL1HQfEUPWHCsCvLztiHsc7nSMyJxFz7n4ltB6OJFptdFMLikT5mDoVIAm2bfMsK9PdLxRftIka0bhccrXvQRDbVY6e37hyCwhtmD5oqfGNjHFf1KTFIjx/s400/DSC06842.JPG" border="0" /> <p align="center"><em>"Dinner in the sky"</em></p><br />"É pa, onde é que se come bem e barato?"<br />Esqueçam.<br /><br />Ou comes barato e mal (à excepção de locais que, por princípio, só divulgo a quem mostrar merecer) ou comes caro e benzinho.<br /><br />Ou então comes no céu e logo me dizes.<br /><br />Querem que me acredite que é espectacular elevar-me à altura de 7 andares (com cozinheiro incluido) para que tenha um repasto inesquecível...<br />E se o vinho acabar?<br />E se estiver com diarreias?<br />Patrocinam penico?<br />Fraldinha?<br /><br />Não há nada como uma mesa como bancos corridos, pés bem assentes no chão e palitos para quem não quiser guardar a "febra" no dente, para a primeira refeição do dia seguinte.<br /><br />Mas o que vale é que só a nata sobe ao céu.<br />E a nata não deve gostar de vinho de mesa corrida nem de fazer cócó.<br /><br /><br /><div align="center"><strong>A menina não cobiça o menino (ai dela!)</strong></div><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326700251264659698" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYmalxdNkkfguN0wP4XfJ-T8uUPIcI6gplGgFQAtQ1Sk_iWVZpxlHkkjEjBM1jjXa9ZJLGvQUgmbPMrVFury0gHa7rDjGlv-iIgvfDdTjFfJZ45sStEMOY-UUxVm0-46nnBrTkt0VthKQk/s400/DSC06769.JPG" border="0" /><br />Apesar de assumir o tal papel de <em>playground</em> do mundo islâmico, o Dubai pauta-se inevitavelmente pela <em>Sharia</em> (Lei Islâmica).<br /><br />O menino que pretende galar a menina, não o deve fazer neste parque.<br />Vai jogar berlindes para o lado oposto, ou então, espera pela noite e procura o melhor hotel, com o melhor piano-bar que alberga a melhor banda residente de covers dos Dire Straits do mundo, trocando os berlindes por notas de conto-de-rei que tudo vão pagar.<br /><br />Incrível, incrível é perceber as meninas, completamente cobertas, algumas com máscaras de ferro devidamente ornamentadas, apenas com espaço para os olhos verem o que lhes é permitido.<br />Consta que, por baixo da túnica encomendada a estilista de renome, está a roupa adquirida num dos muitos Ovos Malls, perfeitamente urbana.<br />Os acessórios, esses, são do mais ocidental possível.<br /><br />Quanto a eles, passeiam-se em JBR numa passerelle automóvel que engloba tudo o que possam imaginar (Bentleys, Lamborghinis, Porsches, Maseratis, Rolls Royces, Jaguars, Mustangs, Cadillacs, Hummers e os inevitáveis Ferraris - alguém se recorda dos Mercedes, Volvos, BMW´s ou Audis?).<br />Envergam sandálias, túnica branca sem um único vinco. Impecáveis.<br /><br />Agora, esqueçam-se.<br />Ficam mais que sugestionados para uma prova de doçaria regional de fim-de-semana.<br />Doce de li(mouss)ine, baba de camelo, natas do céu e ovos malls.<br /><br />Olhó Dubai!<br />É p´ró menino, é p ´rá menina...<br /><br />(<em>Um bem-haja muito grande aos simpatiquíssimos Miguel e Carolina que, de visita, me emprestaram as fotos para este post</em>)João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-19782981461897892022009-04-02T12:02:00.040+04:002009-04-04T05:31:29.681+04:00O Eixo Oiã - Omã<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD0FwRHr2-9ZzX1ojyoo9WICXuBnA_m1fvkuFQah3bbaw-3tCAHYS6zyaTrqmSYQrfUBnkUOfPaRg3_Efao9sEs7oolSoG0298qB_CGDXwZiI0yeSl60KAGlXBS8DQvXGN1KPjjoLSrQl-/s1600-h/DSC00106.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320068694770250770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD0FwRHr2-9ZzX1ojyoo9WICXuBnA_m1fvkuFQah3bbaw-3tCAHYS6zyaTrqmSYQrfUBnkUOfPaRg3_Efao9sEs7oolSoG0298qB_CGDXwZiI0yeSl60KAGlXBS8DQvXGN1KPjjoLSrQl-/s400/DSC00106.JPG" border="0" /></a> A tempestade de areia.<br /><div><div><div>Da mesma maneira que fica sempre bem dizer que se esteve em casa do Paulo Bragança, afiançando que ele anda sempre calçado na intimidade do seu lar, dizer que se esteve na "Arábia" e que foi óptimo apanhar com uma jarda de areia quente-molhada, é ainda melhor.</div><div></div><div>Registar fotograficamente este acontecimento metereológico para memória futura, é já um clássico para um não-nativo que deambule por estas bandas.</div><div>Como nós somos pouco clássicos e muito puritanos, não temos fotos desse poderio da Natureza, recomendando vivamente a presencialidade. </div><br /><div>Devem levar, pois, sem aparelhos fotográficos, a maior quantidade de areia que suportarem nos canais respiratórios. </div><div>Guardem a areia num frasco, tal qual saiu do nariz e boca.</div><div>Quanto não valerão esses frasquinhos em Portugal?</div><div>Pois é, também estamos cá para os conselhos...</div><div></div><div>Mas prossiguemos.</div><div>Como também somos pessoas muito lúcidas e razoáveis, embarcámos, para fugir da tempestade emir, na nossa primeira internacionalização da intercontinentalização que estamos a viver.</div><div>Passámos a fronteira para Omã.</div><br /><div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320073255037333202" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdkJef4Hlu5Ym_BWEzOhwP52XzxBc1hWGu6kINRhR2te-BZzwjzrHKAbuZb_DT4svrgUiq_Bu_CbM_jRhvqiQZw_HcmnkyKv07hLKLL7em7T7CZ5BmJQV5jSXP2y-AB_eID2vDNUtn18RC/s400/DSC00080+(1).JPG" border="0" /></div></div><div>Meus caros, vale muito a pena.<br />E sim, finalmente pudemos perceber um pouco da realidade do deserto nesta viagem de 5 horas que, com a banda sonora indicada, se pode tornar um colossal hino à existência humana. </div><div><br /></div><div>Do Golfo Pérsico rumamos às águas um pouco (mas muito pouco) menos calmas do Golfo de Omã.</div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320070881740584866" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyEoYrvsOaeTx4iQQxm-2dZ8edShQEeK6WMoQLGrhA9Yn2cSxIxObRY_vEOqB8an3sIJJCv_775bCmWHsVDaOe0P0XbttquPjXUv2uQf_QGQqP2lmKYfEoyUHVe7XKKqe_mM1WPig0-VuW/s400/DSC00039+(1).JPG" border="0" /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320069774819574578" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHJnv_NLosyV3yAS95s5hhya9uPjUWRAzY3Zfx_CoBao9KxcseVaDcpeEtskARSTIqOu6ZC2exaMo1YyvDo_L2V2HrIvVGURIG0vCOoF1hID0_drnSSAfdWv7ynega-HjeXApNQp4P_CHr/s400/DSC00033+(1).JPG" border="0" />Omã é Sultanato, que como o nome indica, é a terra e propriedade de <em>Sua Majestade Qaboos bin Said Al Said, Sultão de Omã</em>.<br /></div><div><div>Esta viagem, ainda se torna mais especial, para o portuguesito emocionado que busca desesperadamente consolo d´alma por uma razão muito importante: em 1508 "dominámo-los".</div><br /><div>Este aconchego emocional provocado pelas viagens do passado, acompanha-nos sempre naquelas que fazemos no presente.</div><div>E os portugueses arrepiam-se muitas vezes quando se apercebem do legado (e herança!) que, em muitos locais, é ainda mais respeitado do que entre-muros.</div><br /><div>Olhem, eu arrepiei-me.</div><div><br /></div><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320076110768102562" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj23R5uv_d0l9JjBaxWt67SIYOjeuOfi6QAkVPKmN6LC3ymP-ZXHloGL7lWvNCrVlCyyEsFoBetkF3owuVFv8zy9EfRCqCi1SVGorbxUxExC3U0FLLzuropzxwYlaKzPQbiH9eFQEfio5fC/s400/DSC00119+(1).JPG" border="0" /> A Portuguese Fort - <em>beginning of the XVI century </em>- one of the most well conserved in the world </div><div align="center"><br /></div><div>Pelo que me apercebi, Omã (Oh Man, para os que usam o Inglês) é muito mais genuino e rico em história palpável do que os Emirados Árabes Unidos, país recém-formado, apenas em 1971.</div><div><br /></div><div>Os Emirados denotam também, uma muito mais forte presença colonial britânica, ainda hoje patente em muito do trato social vincadamente mercantilista.</div><div><br /></div><div>Há menos para fazer.</div><div>Há mais para ver.</div><div><br /></div><div>Musqat, a capital, é uma cidade encaixada numa das morfologias mais bizarras que alguma vez presenciei.</div><div>Um misto de ruga marciana com algum deserto lunar, em tons laranja-castanho.</div><div><br /></div><div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320074314213204322" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisZG7Pm3o3qDTYDJfRPjcnqE3iCoYy67yoW5JfbyaEEs0xkKWozXazYFai2dD8QiFVfnCRED9k3qDn_Br7vA5a7wZkaLbLP_ZrR7K5IP3jsxHATEWR0nUoDAVfTzouw2z-c1kwP4qp1gP-/s400/DSC00114+(1).JPG" border="0" /> As casas, algumas mais próximas das arribas, estão literalmente encrostadas e confundem-se com a cor da paisagem.</div><div><br /></div><div>O mesmo se aplica às pequenas póvoas que iam despontando por entre a viagem feita de cabras e campos de futebol muito pelados onde os putos,com camisolas contra-feitas de grandes clubes europeus, vão jogando o seu <em>futebol-descalço</em>.</div><div><br /></div><div></div><div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320078307795970578" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4VyALV7ftjMCxnmiW3525RZ3ruhWuZPdjB6FEjskiSloAsKqjXSLRL6YnpEqViVpMypKwNUsqMtipZVzGei4NhGzTz875XLKtI5vi2voTnj2aj-GPM8_e-_zTCHve2BaHATeiOWD3eYiE/s400/DSC00155+(1).JPG" border="0" /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320078303755199042" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmh8GlqaNQjEQUTh36ZCCtsTyOct-FSmB8Tg9qnvc_j9B9vKYld-rQVIqLRk-PMezQxGFTsq5cTdaIyhXoJa-iPVAU6pN1HX7ohO4XFRUkUHYW3OaKopC0Gbzwd80ZVDxuJyEHo6sJFdk9/s400/DSC00135.JPG" border="0" /><br /></div><div>Era dia de jogo e soubemos que Omã saiu vitorioso do encontro para a qualificação do Mundial de 2010 a acontecer na África do Sul. 2-0 sobre a sua congénere do Senegal, em Musqat.</div><div><br /></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320072183836257586" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCxcwfksMOGvS1zV_N0UguavYL3wyakm3kgrL6If4obWamDp7QHbYH3vdesaT15ehoKjqe7C_51OomEV3AGSyJwxjWrB3t1cQRYckn00s-o-A6-NJyj9unjVEjQ6cGWeoln9hiSxCsr4NT/s400/DSC00098+(1).JPG" border="0" /> <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320237743190160290" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglcbyjYGaxxsxsvnLxTZGICVjRLnX32fU2grLKaQ4EBaxtr8MVMQ01P9qWt9u1TNeyhz82v2Zqc1hxqkibm3nR4t500_YyUh7bPwP2EJaImc73NvbEWyw1v937M056r8DJirEYckVMla5X/s400/DSC00102+(1).JPG" border="0" /> <div></div><div>Para sublinhar esta genuinidade, lembrei-me de Oiã. <div><div>Primeiro porque rima com Omã.</div><div>Depois, porque é a porta de entrada na Bairrada, para quem vem de Norte e a de saída, no sentido oposto.</div><div>E o Leitão genuino, é o da Bairrada.</div><br /><div>Neste momento assa-se o melhor leitão precisamente em Oiã (para além do <em>Vidal</em>, que assa muitíssimo bem, em Aguada de Cima).</div><br /><div>A Mealhada, com o seu <em>firework</em> de restaurantes plantados em cima da antiga estrada nacional, é uma farsa que se paga, ainda por cima, muito caro.</div><div>É publicitada entusiasticamente por quem tem uma consulta no médico em Coimbra ou vai levar mensalmente a roupa lavada ao filho, que também estuda na Lusa Atenas e está em época de exames.</div><div></div><div>Isto tudo só porque, definitivamente, coloco o Dubai quase no mesmo plano da Mealhada. </div><div>Só não está lá exactamente, porque não tem o Carnaval. </div><br /><div>E como bem sabem, o Carnaval faz falta.</div><br /><div>Oiã é Omã.</div><div>Chapado.</div><br /><div>Empreendo neste momento, o processo de mediação para a geminação daquelas quatro localidades (Oiã-Omã e Mealhada-Dubai), de acordo com o entendimento supra-citado.</div><div>Nas entrelinhas, a proposta da ecumenização do suíno.</div><div>Dar a perceber, por estas ruas, porque é que um Leitão bem assado é tudo menos profano para um cristão, que pode e deve poder adquiri-lo em mais que uma secção de talho por cidade. </div><br /><div>Faltará apenas nomear <em>Sua Majestade</em>....................................................<em>Leitão, Sultão de Oiã</em>.</div></div><br /><div></div><div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320076124803150658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFMTGs50hvSLXSdwHav51z-S3VGrFjhKPGCDNMMO0Okg6oUSZNUiHsgGT9CfimIk80iIq1tYhC367gTyRJLiSmM04UipZmNoOh7sD_8JeDw51YTKNs4yuIobO4sHqhIgW_g7JlvarTphHS/s400/DSC00122+(1).JPG" border="0" /> </div><div align="center">Perspectiva panorâmica de Oiã: <em>ao anoitecer</em></div><div align="center"></div></div></div>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-26341056169758651212009-03-24T10:54:00.035+04:002009-03-25T16:36:33.156+04:00Diz que faz hoje dois meses...<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkVrbHI72oXJrefl23PvQjWlQmEpIg5rXbFOmD0mP-4c4PnizhnPZmqXpShuxAEHSEWhCz2dei1mGohjSypfnHiOlTvfH0x0qMTixKHfMtdp6-sYNaDofd2VbpXl0wKUDg5dWRrRSnUdLQ/s1600-h/Image0092.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316689304300062626" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkVrbHI72oXJrefl23PvQjWlQmEpIg5rXbFOmD0mP-4c4PnizhnPZmqXpShuxAEHSEWhCz2dei1mGohjSypfnHiOlTvfH0x0qMTixKHfMtdp6-sYNaDofd2VbpXl0wKUDg5dWRrRSnUdLQ/s400/Image0092.jpg" border="0" /></a> </div><div align="left">E se, de repente, nascessem? </div><div align="left"></div><div align="left">A saber que a "vida" estava confinada (qual <em>karma</em>...<em>)</em> a 6 meses?</div><div align="left">Como a celebrariam?</div><br /><div align="left">São 6, os festejos que vamos ter que cumprir por cá (fora aqueles outros para os quais ainda vamos ser convidados por pessoas extraordinárias que nos acenarão, dizendo saber que em Portugal se fala Castelhano).</div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Celebramos (vocês também comigo) os 2 meses, meus caros...</div><div align="left">Os dois meses mais caros.</div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">No Sábado, dia 24 de Janeiro de 2009, quando se começava a desenhar a 18ª jornada da 3.ª Divisão, Série F, com esse enorme <em>Barreirense-Campinense </em>(ver <em>infra</em> ficha de jogo), eu próprio, João Maia Dias e Tiago Soares aterravam no Dubai, naquele dia que se perfigura como o único em que choviscou até ao momento.</div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"><strong><em></em></strong></div><div align="left"><strong><em></em></strong></div><div align="left"><strong><em></em></strong></div><div align="left"><strong><em></em></strong></div><div align="left"><strong><em>Ficha do jogo:</em></strong></div><div align="left"><em></em></div><div align="left"><em>Estádio: António Almeida Correia (FONI), em Alcochete</em><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM23-7oDS1jxS5YACzuJbibQo17q6yttXOKWfVgj8Gl0-cbU0na2e5pFExLfHkQhpKIJ0hLHFG83kBEYrIt7RAd_vGpOnrzmEnWNm_Zd_r172_RkoyisK9XruqWjyoxVhuX7xO3kgADyLa/s1600-h/barreirense.jpg"><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316711902365521394" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 162px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM23-7oDS1jxS5YACzuJbibQo17q6yttXOKWfVgj8Gl0-cbU0na2e5pFExLfHkQhpKIJ0hLHFG83kBEYrIt7RAd_vGpOnrzmEnWNm_Zd_r172_RkoyisK9XruqWjyoxVhuX7xO3kgADyLa/s200/barreirense.jpg" border="0" /></em></a></div><div align="left"><em>Tempo: Tarde de verão</em></div><div align="left"><em>Terreno de jogo: Bem tratado</em></div><div align="left"><em>Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)</em></div><div align="left"><em>Árbitros auxiliares: Hugo Proença e Nuno Duque</em></div><br /><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Enquanto que aquele <em>Barreirense-Campinense se</em> saldou num empate (revelando que a equipa do Barreiro, comandada por Carlos Fernandes ainda não mostra as credenciais que lhe foram atribuidas no início da época e evidenciando necessidade de amadurecimento nos processos de transição defensiva), no Dubai celebrava-se a vitória da chegada.</div><br /><div align="left">E como celebração rima com "ponto da situação", tomei a liberdade de vos voltar a prender ao Dubai, nem que seja tropeçando, mais uma vez, no meu blog.</div><br /><div align="left">Para além da simpatiquíssima visita da "Grande Reportagem" da SIC, nas pessoas de Miriam Alves e Jorge Pelicano, (responsáveis, respectivamente, pelos excelentes e premiados internacionalmente trabalhos “O Balneário” e "Ainda há pastores?", nada de muito diferente aconteceu por terras do Sheikh Al Maktoum.</div><br /><div align="left">Em relação àquela "Grande Reportagem", a rodar previsivelmente em final de Abril, vos adiantarei mais pormenores em breve.</div><br /><div align="left">Surpresas a nível de rostos conhecidos, em <em>prime time.</em></div><div align="left">Valerá a pena, no conforto das vossas <em>chaises longues</em> ou canapés, sem ter de ligar o PC...</div><div align="left">Há que ser paciente.</div><br /><div align="left"></div><div align="left">Se ainda alguém vê a MTV (para além daquele grande clássico que nos introduziu a muitas das bandas que ainda ouvimos hoje - <em>Alternative Nation</em>) e se lembra das festas de praia com <em>jacuzzis</em> a 20 metros da areia, barbies danceteiras, <em>Moët & Chandon</em> e muito Saint-Germain a sair do <em>Sound System</em>, vai querer dissecar estas fotos.</div><br /><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316692199674391298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 299px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKEjaFyTvMG5i_IKpuzVjo5O0fT2ousWWddYbAly4jKdB1dEulyQdhus3aIOSAdyM2X6KbGgzIT8o65VsS6V6DDPqG7NfO3b3hGV4vR3RizREPju80w-8h4PXm7e5YRa30fdBg99NLTxlj/s400/2671_61031087084_535637084_1970715_8137676_n%5B1%5D.jpg" border="0" /> <em>Suspended Matrasses: Sunbaths & Mojitos from England, France, South Africa, Cape Green, Ciprus and Portugal<br /></em><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316692199845196754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 299px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWQpF4Gj4pGtvpas9LQ9uyn6vvrQNQHV8whfD_E-oDy1Ul6GMqmMylmvr_XtRZxW8oN4Ic6FZicoDXoy_8gTqBLXVfvO1q_N7tKdFXJdGryng2RfFGBs2Lj5jy8ro7lZlZh94_Csa3XerO/s400/2671_61031072084_535637084_1970712_3691189_n%5B1%5D.jpg" border="0" /><em></em></div><p align="center"><em>João Dias - chill out time</em><br /></p><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316692204425163922" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 299px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPW7urMG3ets-_VUziwpGkyUVn26p7fXlHHYRldip1j-i-Do4qNnMaOsCg3WQqyoN9fv2XW1Ek_1nrnRHOKtWrn_RXlWGFxTnrzBKTP5duSMcOI5QHX1B93Y21gHkaw_trj6pNZ2VgD8CP/s400/2671_61031192084_535637084_1970732_3131473_n%5B1%5D.jpg" border="0" /><em>João Dias and Tiago Soares: The gorgeous portuguese men<br /></em></div><br /><p>Nestas festas, meus amigos, só por convite.<br />E este é o Dubai dos <em>clichés</em>, aquele de que todos falam na Europa.<br />Aquele Dubai exclusivo. O das 7 estrelas (a caminho das 9).<br />E para isto, meus caros, é preciso conhecer pessoas importantes.<br />Nós, não facilitámos.<br /><br />Por entre dias de trabalho entediantemente iguais, percorrendo a Sheikh Zayed Road até Greens no regresso a casa e o inverso na ida para a labuta, lá fomos espreitando alguns <em>spots</em> obrigatórios.<br /><br />Com a devida distância, assim como não se pode ir a Florença sem se entrar no <em>Duomo</em>, não se pode sair do Dubai sem contemplar o Burj Al Arab, o Burj Dubai, the Palm, Atlantis Hotel ou a plêiade de Ovos Malls que se instalam tal como no <em>SimCity</em>, com apenas um <em>clic</em>.<br />Aqui estão dois dos ex-libris:<br /><br /></p><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316689295174656706" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEginjeplfbMhit2mU0K_x4Fzwgyk-wu3bBji5LYIdskDaZqWS1HtbWFg3os-DGjEtBJeYS1MlZvbzh2eZcFkgK3_XdYLxYXS_x652yFB1Ccm7i2BUDBnkqgJTTNsVGzwgkEWmAizTYbUlP_/s400/DSC01153.JPG" border="0" /> <em>Burj Al Arab. View from Souk Madinat Jumeirah: the only 7 star hotel in the world</em><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316692196884546098" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjuuKz-B9gxbjqrPTXu9Xc8rPPa9wYBBZAgxMSDwsHetdK-AC_iMJ-dmiv29WopexnSsH4F73rm0jPeprf323_jJm6bjGn16MAVUo_7TmrVAX-fyzAtW3PsOzjMIewazAL908XjeDdWQzj/s400/DSC01255.JPG" border="0" /><em></em></div><div align="center"><em>Burj Dubai. The world tallest building</em><br /><br /></div><div align="left">Para além disso, temos entusiasticamente experimentado a água do Golfo que já não chega para nos arrefecer dos pouco primaveris 37 graus (mas afinal, em que Estação do Ano estamos nós?).</div><br /><div align="left">Como em todo resto da cidade, o lazer das "castas sociais" espartilha-se por zonas distintas.</div><br /><div align="left">Se o centro, em Deira e Bur Dubai é povoado por <em>shoppings</em> semi-desertos à semana (tal como aquele <em>Riaplano</em> ou <em>Oita</em> em Aveiro, o <em>Avenida</em> em Coimbra ou o <em>Dallas</em> e <em>Brasília</em> no Porto, que fervilhavam nos <em>oitentas</em>, mas agora deglutidos e tornados tubos de ensaio para muitas das <em>bandas-locais-prestes-a-explodir</em>), enchem-se ao fim-de-semana de indianos, paquistaneses e filipinos. </div><br /><div align="left"></div><div align="left">Assim como as praias menos <em>fashion</em> onde, vestidos e de dedos entrelaçados em sinal de Amizade, se passeiam indianos-homens (as suas mulheres aguardam na Índia o seu regresso, estimado em 5 anos e vão "levantando" o dinheiro que vai chegando irregularmente, por correio, em mão de meirinho) no único dia de descanso semanal - o Sábado.</div><br /><div align="left">No Dubai "novo", na praia dianteira à Jumeirah Beach Residence, aglomeram-se os expatriados (mas quem foi inventar e implemetar tal palavrinha - a lembrar uma qualquer Sibéria estalinista) ocidentais, sendo facilmente perceptível descortinar uma palete linguística e de sotaques que vai do Inglês da Austrália ao dos States, do Português europeu ao Português da América do Sul, Italiano, Polaco, Alemão, Basco e, quiça até, escorregar numa qualquer leitura do <em>Asterix</em> em Mirandês.</div><br /><div align="left">Na parte traseira das imponentes torres da JBR, os enormíssimos <em>rococós</em> dos Ovos Malls e as compras de fim-de-semana numa qualquer <em>Ana Sousa</em> ou <em>Sacoor Bros</em>...</div><br /><div align="left">A partir deste momento relanço o meu blog.</div><div align="left">Torno-o massificado e pisco o olho ao Sheikh.</div><div align="left">Por outro lado, corro o risco de ser linxado por parte da crítica.</div><br /><div align="left">A lembrar os Stone Roses, na ponte entre o intemporal álbum homónimo e o muito <em>Dubaiano</em>, pindérico e pretencioso <em>Second Coming</em> de 94.</div><div align="left">O que vale é que, por aqui, poucos criticam e quase ninguém conhece o Ian Brown.</div><div align="left">Por baixo desta máscara estará sempre, vos juro, o menos alienado e responsável John Squire. </div><br /><div align="left">A partir de hoje, este blog nunca mais será o mesmo.</div><br /><div align="left"></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316689289952658050" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzg3WEOUy_HAthmrc3r99VjSnX7L1YMR0w9CbQzgdYOYFYpefj8pMUp8aqo1g-T-iaD3YlfUaTE6O5r2cbDy2BSVix4E4EKUCb9izsAaydFm5K6NExEKu_35r7ISBOgjqxq7UZ7bzCtt9_/s400/Image0175.jpg" border="0" /> <p align="center"><em>If you want to set up a business in Dubai: take off your shoes and dance the blues.<br /></p></em>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-326420501779335342009-03-10T15:21:00.029+04:002009-03-18T10:47:26.370+04:00No Golfo, também sopra a brisa fresca...<div align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqLvuIHbh3yXBDK9Xs1AIAgskMydpVe16kYaziF4aIxE7CV3b3uM406CehMDuJs-DCWVGZIVrFP4UYbYpYEZVS_pUUs5LOG4R9FfhvOYieyDvxfFKk8EyOXD09lvcTGzaKie5bjF-XiCX-/s1600-h/Image0223.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311532062928509362" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqLvuIHbh3yXBDK9Xs1AIAgskMydpVe16kYaziF4aIxE7CV3b3uM406CehMDuJs-DCWVGZIVrFP4UYbYpYEZVS_pUUs5LOG4R9FfhvOYieyDvxfFKk8EyOXD09lvcTGzaKie5bjF-XiCX-/s400/Image0223.jpg" border="0" /></a><br />Vocês, meus estimados amigos, a razão de ser do meu parco mas esforçado blog e todos aqueles que, amantes do Árabe, planaram até ao título deste <em>moleskine</em>,<em> </em>merecem tudo.<br /><br />Depreendo também que muitos de vocês se perguntarão como será possível que "aquele gajo que está no Dubai e nós aqui no nosso Portugalzinho", 80 % do que escreve é lamento, pesar, desconforto e introspecção inflaccionada.<br /><br />Se 50% daqueles 80 (30% são delírios do leitor, genialmente induzidos por mim) são possivelmente verdade, ainda nos restam outros 50%.<br /><br />Estejam descansados, meus estimados, que isso significa que "aquele gajo que está no Dubai" não denota traços depressivos nem uma tendenciosa e parcial aptência para a Sociologia de Bolso.<br /><br />É então, dos outros 50 por cento que vos quero falar.<br /><br />O Dubai tem que ser encarado com sentido de humor.<br />O que me pareceu trágico, afigura-se-me agora como cómico.<br /><br />E é verdade que há muita coisa aqui que não acontece em nenhum local do Universo, quanto mais nos brandos costumes de Portugal.<br /><br />Meus caros, refiro-me ao denominador comum por cá: a Exuberância!<br /></div><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311532057941735586" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVYvGCrKy5M_htBVLJAaGMsShx3IfLumfOqv8CdvNCNc7tCxTbGD0Ev4aaT58oPgh4C3W3xwH55HVVB50VznkT2XjM5_9ysDqyZntDP4aJ4TwoVFuD2cGvLCPRGa3g_fkA-Us46jHvyDdb/s400/Image0212.jpg" border="0" /><em> <strong>As Peitudas dos Automóveis</strong></em> - Alguém se lembra desta película de 1987 com o título original em Eslovaco K<em>ozy Vozy</em>?<br /><br /></div><div align="left">Contam-se pelos dedos de um pé, quantas vezes por dia, em Portugal, se apanha um murro da Exuberância (quanto muito da extravagância...).<br /><br />A Exuberância exige dinheiro. E Portugal é pobre.<br />A Exuberância clama por dimensão. E Portugal é pequeno.<br />A Exuberância brada às dinastias. E Portugal é uma Democracia.<br /><br />Portugal já foi rico, grande e dinástico.<br />Mas já não é.<br />Já não é Exuberante.<br /><br />Acontece que o meu querido homónimo, de seu apelido Gouveia, durante um cafezinho de portugueses (tem que ser para se chorar em conjunto uma vez por semana!) com a sua mui amável esposa, Dona Carina, trabalha no Dubai Autodrome.<br /><br />Já em jeito de despedida: </div><div align="left">"É pa...tenho aqui algumas credenciais. Vai haver uma corrida das <em>Speedcar Series</em>. Passem por lá...".<br />"Obrigado João...Dá cumprimentos lá em casa".<br /><br />Programa de Sábado à tarde (que correspondia ao nosso imaculado Domingo de futebol português - agora joga tudo à noite, em dias de trabalho e não deixam entrar tremoços...), "romeira-se" ao Autódromo, às corridas de cavalo, aos jogos de <em>cricket</em> e ainda, se formos mais fundo, às impressionantes corridas de camelo (sim, estes animais não saltam barreiras mas correm...).<br />Entrei, a recordar-me das intermináveis sessões de Fórmula 1 do pós-almoço domingueiro no Canal 1.<br />Ali estavam as meninas peitudas por todos os lados, <em>boxes</em> abertas, em exposição de um lado, <em>Lamborghinis Gallardos</em>, <em>Maseratis</em> ali, <em>Ferraris</em> acolá e, ao fundo, o acesso à <em>pole position</em>, antes da partida.<br /><br />"Ó Tiago...aquele gajo ali parece-me o Jean Alesi."<br /></div><div align="left">"É verdade Sardo. Mas olha que ali só pode ser o Johnny Herbert".<br />E era.<br /></div><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311532048660772482" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh38OSAwaL_tfdGopE6OY8-hObr6LktOCNRik2ZW5DV8gqN2_wEcglHidosdHIAQhfABLsrRWS5Nivjc3DFCQ3YUVrYRbVjlIl43Neig3dzy6bQRN62x0vFMxabaV7crnb4mFeR00wRw01/s400/Image0219.jpg" border="0" /></p><p align="center"><em>Sir Johnny Herbert, a Trail of Dead Fan, with the Portuguese Commission<br /></em><br /></p><p align="left">Aqui está grande parte daqueles 50%.<br /><br />Como daquela vez que vimos no Dubai (Ovo) Mall (o maior do mundo!) Rivaldo a cruzar-se com o estilista português João Rolo, denotando total desconhecimento um pelo outro...<br /><br />Caríssimos, tudo isto é Exuberante.<br />Tudo isto é cómico!<br /><br /></p><div align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311532045708126610" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgulvZrol_r_tHHibSRlsu0kdTQH5BjuOIiLb8-VFuf2TdUcrlucRvNl9ZIxxH-ajEq-UsjJTItCI71YZ7i-leASQpcOmbZXWU-FDszahBu6XxYItdemOnEvdpWDfk4-MMV95WyE1_WbgcE/s400/Image0215.jpg" border="0" /><em>Mais oui, c´est Jean Alesi!</em> </div>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com29tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-74337257172112877492009-03-04T13:54:00.055+04:002009-03-17T01:54:56.725+04:00Sobre algumas considerações sociais e o Casamento.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizZ2QAelNwf3Jlw0cnoIYaNAZFaIuU9fRMVD8BvcZLVhTVlGEv3j3XfQn9eyHfQzkRMPbA_-Fkg4zxrib7tCxbp-M_UeFpsCoidCTexpx0uaJZcib_DUqyLKXet2mAOAUFnfWOIWa9Rs3G/s1600-h/Image0151.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309298448976949890" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizZ2QAelNwf3Jlw0cnoIYaNAZFaIuU9fRMVD8BvcZLVhTVlGEv3j3XfQn9eyHfQzkRMPbA_-Fkg4zxrib7tCxbp-M_UeFpsCoidCTexpx0uaJZcib_DUqyLKXet2mAOAUFnfWOIWa9Rs3G/s400/Image0151.jpg" border="0" /></a><br />Já aqui tinha feito, muito na diagonal, uma ou outra referência às <em>castas sociais não institucionalizadas</em> que perspassam na vertical todo este folclore que são os Emirados Árabes Unidos.<br /><br />Mas, uma acepção mais linear de "folclore" (aquela que habitualmente a populaça apelida também como <em>rancho</em>), pode deixar adivinhar uma noção negativa associada a preconceitos que se prendem com diferentes percepções culturais.<br />Ou por outro lado, a consideração de que tudo o que é folclore é, ora <em>parolo </em>ora <em>foleiro</em>.<br />E é injusto que assim seja.<br /><br />Se espreitarmos o <em>website </em>da Federação do Folclore Português (geralmente confundida com a inexistente Federação Portuguesa de Folclore - pelas óbvias referências futebolísticas) sabemos que o Grupo Folclórico e Etnográfico de Macinhata do Vouga foi assaltado:<br /><br /><br />"<em>A sede do Grupo Folclórico e Etnográfico de Macinhata do Vouga (Águeda), foi assaltada e o seu espólio material e cultural roubado. O fruto de mais de 20 anos de trabalho desapareceram e o futuro desta colectividade ficou seriamente comprometido, seja pelas perdas insubstituíveis, seja pelo desalento que tomou os dirigentes e os componentes do Etnográfico de Macinhata do Vouga"</em>.<br /><br />Alguém, de bom senso, discordará que se ateste a gravidade do ocorrido no que toca ao (des)respeito para com as raízes ancestrais (agora arrancadas) da Freguesia de Macinhata do Vouga? E aqueloutras para o Concelho de Águeda?<br />Em continuação:<br /><br /><em>"Qual a motivação? Qual o interesse económico dos larápios? Qual o destino de tanto património cultural roubado?"</em><br /><br />É com esta questão etno-cultural poderosíssima que temos que, inevitavelmante, assumir uma reflexão consciente.<br /><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309300086120762722" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYHhNomBcQQx_BSLW7bXCSWcJ8RUMqORw27KFcIf-GMnuJpw6F4K-cNGIMe3Sb2JBqbdyuQHvBU4Xa8hxR7CUbTj-XzenuT8XN2oBLxKsqKiqgAio1kdOURavi7GbnJD7Vq8Coy3s6FwxZ/s400/Deserto+e+Casamento+160.jpg" border="0" /><br />Apesar de me considerar muito pouco burguês, a verdade é que, em muitas áreas da vida, padeço de um certo aburguesamento que se prende com caprichos, selectividade e triagem qualitativa.<br /><br />Isto porque, se em vez de me falarem de "folclore", me sussurrarem ao ouvido <em>World Music </em>(em Português, <em>Música do Mundo</em> ou <em>as Músicas do Mundo</em>) penso logo em Sines ou no Sons em Trânsito.<br />E isso sim. Isso é de Salas 2 a horas pouco convidativas, lá para os lados do Oita, na Lourenço Peixinho.<br /><br />A mesma história, a da <em>música popular</em> e a da <em>música pop.</em><br />Não serão elas a mesma e uma só coisa mas dita por pessoas diferentes e em ambientes distintos? Ou pelo menos, concordaremos, não terão, pelo menos, uma base claramente comum?<br /><br />Com esta verborreia toda, já se esqueceram do GFEMV (Grupo Folclórico e Etnográfico de Macinhata do Vouga)?<br />Pois eu, não.<br /><br />Pretendo fazer um pequeno exercício, baseado ainda na minha profunda inexperiência de vida (por isso vos peço a vossa preciosa crítica, compreensão e auxílio para que se complete atempadamente esta tese).<br /><br />Quero encontrar os larápios, aqui mesmo, nos Emirados.<br /><br />Deste modo, restituir a dignidade aquela Associação Cultural sem escopo lucrativo que, de forma tão militante, leva a Macinhata aos cinco cantos da emigração portuguesa (porque ainda não há voos comerciais para o ciber-espaço).<br />Viva a Sociedade Civil!<br /><br /><br /><br /><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><strong>World Music </strong><em>Vs</em><strong> Folclore / Sines</strong><em><strong> </strong>Vs</em><strong> Encontro Nacional de Folclore de Águas Santas</strong></div><br /><br />Por admitir ser mais aburguesadito, tendo em acreditar que este ano, à semelhança dos anteriores, o Encontro Nacional de Folclore de Águas Santas vai ser uma parolada.<br />Seguramente, as Músicas do Mundo em Sines, ou o AnDanças em São Pedro do Sul, mais uma vez respirarão a qualidade que sempre os caracterizou, na prazenteira possibilidade de mergulhar respectivamente, ora no Oceano Atlântico, ora no Rio Vouga.<br /><br />Assim é por cá, quando os <em>playmobis</em> da construção vindos do Paquistão, Índia ou Filipinas, "despegam" em magotes fazendo jús à tal expressão que todos aprendemos na cresce: "<em>de mãos dadas</em> e <em>em filinha indiana</em>".<br /><br />Cheiram muito mal, sorriem porque têm que ser simpáticos, escutam e dançam música muito pouco árabe.<br /><br /><br /><br /><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309300081048627218" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizuAQC-yDi9DoQUoxT1Q7y-373h6ldpZ_CFQNug-9f1RSMCAQL5jcZlOZ1FCM11nWONjvN7uQTmaeshh4ubZ_D0_ECxLCTtMjoyG7JqHiv_eAAYgqlOaV0WVdrk5XXXe-0u9uSMUTJ-EXO/s400/Deserto+e+Casamento+142.jpg" border="0" /><br />Dirão, a maioria dos expatriados ocidentais, que não entendem como estes <em>monhés</em> se comportam daquela forma. E dirigem-se eles depois para Sines, no conforto do seu automóvel patrocinado por uma das três maiores empresas do ramo.<br /><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309298453710061954" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMQz4L0C2uxrbDlNrxZJ0iNJF05P4mbqk-Qwllt_On4iQ5Q3W8BxIoHnLovp7fwjBYriScg96PckTNaIhmfptbTjTj-R7Zi9PYZIhfY9tYsWP79Tic7hG7t7oc01wPkmsTXDhf_PhwlsIA/s400/Image0162.jpg" border="0" /><br />No dia seguinte, são os primeiros a telefonar para os filhos na Europa a referir que, depois de Sines, ainda tiveram tempo para ver uma das maiores companhias de dança do ventre de Oman que, por acaso passou em Abu Dhabi para o aniversário do Sheik e que, "afinal vai começando a aparecer alguma oferta cultural por cá".<br /><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309300076578116530" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSUHgRwegHvREekOzwNwnwhs-2eU-ZJhhIYD4ufort_JNmCUcYnpgduf57XIRlr3KmX-jxCRA_Bi-06qzak-fEiYNrr29f8QpMjh_hYza6O_dsTd2X-w22ZH354c9sDeoJMGrKitB11j0b/s400/Deserto+e+Casamento+150.jpg" border="0" /><br />Por mim, vou chegando a algumas conclusões, num país em que apenas 34% da população é autóctone (e 10% no Emirado do Dubai), sendo que a grande fatia é proveniente de outras regiões asiáticas e, residualmente, ocidentais que trabalham como técnicos superiores, directores e administradores.<br /><br />E sim, foram estes ocidentais, a par dos árabes envaidecidos que os gostam de ouvir falar, que introduziram a falsa World Music (a mesma, a da Mariza que canta o "fado" e que povoa as televisões locais) e ridicularizaram o folclore que, ao contrário de nas outras partes do mundo, chega de fora, lá dos lados das Índias e Filipinas.<br />Quer-se queira, quer se não queira, quem constrói a identidade cultural é quem está. E que está em maioria sulca mais fundo.<br /><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309298449570944386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6xD8AJ6rghWqQn5k_sAkl18iD-2q77EeRmeRqXMl3h76_cmzEae_c9nr36flaAtYrb4ViytfBQ1j1YLHFcTNRiZojt1D2ciL45zdF1O-HMtVs6QJduiEzvdva-aHnkqAf7qyVLy6pJY_2/s400/Image0152.jpg" border="0" /><br />E isso é folclore.<br />E isso é ser popular.</p><p>Isto não é rancho.<br />Portanto, aqui deixo, para memória futura, algumas fotos do melhor momento desta minha estadia.<br /></p><p>Tive o privilégio e a honra de aceder ao convite simpático e assistir ao casamento da irmã do "nosso" Sunil (casado com uma chinesa que conheceu em Inglaterra enquanto tirava o seu MBA), administrativo lá no escritório.<br />Nascido no Dubai, de origem indiana, fruto da angariação árabe de mão-de-obra, iniciada nos sessentas aquando da descoberta efectiva de petróleo, elemento que continua a pagar as exuberâncias que nutrem o ócio dos autóctones.<br />Nasceu cá mas nunca obteve, nem obterá, a Nacionaliade.<br /><br />A cerimónia realizou-se no único templo indiano que, numa atitude muito pouco ecuménica e a muito custo, sobrevive num armazém do Bur Dubai, encafuado na <em>indian lane souq,</em> na parte mais antiga (mas pouco) da cidade.<br /><br />É deste folclore que falo.<br /><br />E num país de nómadas, sem recursos naturais a não ser o fabrico de petróleo (descoberto há um par ou mais de décadas), com regras de sociabilidade pouco consensuais à luz dos nossos valores ocidentais, não se deve poder admitir uma ditadura de (falta de) gosto(s) e de gritante negligência etnogáfica.</p><p>O Sheik manda chamar o indivíduo, a obra faz-se. Ordena descartar e contempla. Preocupa-se, de seguida, por não estar seguro da existência de algo maior em NY ou no Parque das Nações.<br /></p><p>Os Árabes milionários mas também aqueloutros apenas ricos, regra geral, são vaidosos, avassaladoramente pindéricos, arrogantes, hipócritas e exploradores.<br />Compram os serviços aos ocidentais e a mão-de-obra aos asiáticos.<br />Apenas retêm alguns dos semelhantes em postos administrativos para garantir que ninguém fuja da alçada desta ditadura de caprichos e falsas religiosidades. </p><p>O resto do mundo islâmico, particularmente a vizinha Arábia Saudita, que às Sextas continua a encher estádios no espectáculo público da morte assistida, olham bem de esguelha para todo este deboche. Apenas o toleram por motivos dinásticos, por respeito às origens dos Sheiks e das suas famílias nos Emirados e, inevitavelmente, pelas excelentes relações económicas que com eles detêm.<br /><br />Mas esquecem-se que o Dubai praticamente não existia há cerca de 60 anos, que o petróleo já está a acabar e que os turistas cedo se aperceberão que isto tem muito pouco para oferecer para além dos pacotes turísticos risíveis, entediantes e reeinventados até à exaustão, acrescido do sol(o) abrasivo e insuportável.<br />Uma seca, portanto. </p><p>Ou "eles" se apercebem que a aculturação de mais de metade da população que ajuda a construir no deserto (e asseguro-vos, meus amigos, que construir no deserto não é fácil) é fundamental, ou "eles" deterão eternamente o estatuto de trampolim. Vem, salta mais rico e regressa à origem com a certeza de desperdício existencial.</p><p>Mas também é verdade que a Cultura leva tempo a ser edificada. Pode acontecer que este caminho se começe a calcetar agora. Mas nunca virando costas a quem está, mesmo sendo de fora. Isso é irrelevante. Que perigos pode haver? É ainda mais enriquecedor crescer na partilha (veja-se, a título de exemplo, as meninas de Cabo Verde)...</p><p>Não há incompatibilidades. Só se as inventa por decreto.<br /><br />A esta hora estará Michel Giacometti, com o seu precioso legado, fruto das fabulosas recolhas feitas no âmbito do folclore e da etnografia, a dar voltas na tumba, e a pensar como estarão as pessoas da Freguesia de Macinhata do Vouga. Essas mesmas com quem ele falou.<br />E este senhor, asseguro-vos, não era parolo e sabia umas coisitas. E rancho, era raro comer.</p><p>Preferiria viver, concerteza, em Deira, no meio da confusão importada, do que no fabuloso, faustoso e mui algarvio aldeamento de Greens (onde resido actualmente, atestando então, o meu laivo de burguês comodista a caminho da falência). </p><p>As culturas não tem escalas de grandeza. Coabitam paralelamente na realidade mas se se casam, vos garanto, nunca mais se divorciarão. Amadurecem.</p><p>As culturas não são moralizadas. Por mais que se pense que se consegue, é falácia. Porque elas sobrevivem sempre às pessoas. O mais que pode acontecer é adaptarem-se. E isso só acontece quando se toca, se cheira, se sente, se vê e se ouve. É preciso conhece-las. E o (re)conhecimento é mútuo. Têm de ir ao encontro umas das outras. </p><p>Aqui, uma ocupa a redoma aveludada e pesada da preguiça. As outras, descomprometidas, aguardam a partilha de uma refeição com a mesa posta há já muito tempo.</p><p>Temo que a comida, já fria, não se conserve por muito mais tempo...<br /><br />Cá por mim, já sei quem assaltou a Sede, lá na Macinhata.<br />Descobri os larápios.<br /><br />Resta-me apenas, aguardar pelas vossas pistas <em>sherlockholmianas</em>.<br />Mas duvido que mude de opinião.<br /><br />De qualquer forma, se souberem de mais alguma coisa, aqui fica o contacto que devem accionar:<br /><br />"<em>Apelamos à solidariedade e ao espírito de classe de toda a família de grupos de folclore e ranchos folclóricos, apelando à atenção de todos para identificar a presença de algumas destas peças, seja em feiras de velharias, seja em estabelecimentos comerciais com artigos da tradição ou, ainda, caso exista algum contacto para oferta de algum deste espólio. Os alertas deverão ser dirigidos ao móvel 93 640 89 27 (José Augusto Marques)</em>."<br /><br /></p><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5309298452330966754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCtwQaPi5Tx_k_pK2yke_qhzYnPYwXPIGL2OyPr0cyEX1wxYwfTo5RGwAQFOpfDmc2ZPPOVTG0aGBwDu99viy2tNG0OD3uVg2_cXidBtqCqWvM9Lw9QC7qYlpwR3_pnOTSlAQBmv8nqz89/s400/Image0157.jpg" border="0" /></p><p></p>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-44101685942447225952009-03-01T13:21:00.008+04:002009-03-07T04:39:17.154+04:00É toda boa, a RU( !Faz hoje 23 anos.<br /><br />Ainda não tinha 5 aninhos quando a menina nasceu.<br />Fui ouvindo-a falar e ouvindo falar dela.<br />Apaixonei-me aos 18, ainda imberbe.<br /><br /><br /><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5308148871773304194" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 427px; CURSOR: hand; HEIGHT: 238px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinYAUgeq4rjFfJS7Jv3tCIRMirhgu0JoL-hTTKKjFCaM2gJg33io-QnA7LEYJSXo2nUyU8E1cpmpsM8CEt71Z4lbucbMS861CnkZMAj3aPcKkpruDuRISwZYx7-5YDdRFivSQgtCZ0h0DT/s400/LogoRUC2009.jpg" border="0" /></p><p>Lá vai ela pensando que é linda.<br />Por onde passa tudo cresce...</p><p></p>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-50115334186535505292009-02-23T12:11:00.034+04:002009-10-19T14:14:49.761+04:00O Ovo é Mall.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkkLMtyyq4_a9BkugwLdK4uQ13lEFSsFzbXbWbWBAClaFgpdx-ST7veu_BAa5dHcfImdGhy42VdSeGfDDfT9qdjlkn1Tzc5BYrhrHz3diQVNCu8NzUjKJhfmV0w_3nZp-8KP-xWk8H1wYK/s1600-h/DSC01204.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5305923562987693058" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkkLMtyyq4_a9BkugwLdK4uQ13lEFSsFzbXbWbWBAClaFgpdx-ST7veu_BAa5dHcfImdGhy42VdSeGfDDfT9qdjlkn1Tzc5BYrhrHz3diQVNCu8NzUjKJhfmV0w_3nZp-8KP-xWk8H1wYK/s400/DSC01204.JPG" border="0" /></a><br />Bem sabemos que o Ovo Mole é imagem de marca de uma das cidades mais bonitas do mundo: Aveiro.<br />Aconteceu, por outro lado, por motivos estratégicos, ter sido esse o meu local de nascimento, enquanto à mesma hora, do mesmo dia, em Londres, na Westminster Abbey, se casava Príncipe Carlos e a malograda Princesa Diana.<br />Estranho, seria encontrar nas arábias um esgar sequer de doçaria conventual da provincianamente (<em>à la portugaise...)</em> denominada Veneza de Portugal.<br /><br />Poderia ter, eventualmente, tropeçado num mais global arroz doce, num internacional leite de creme, numa cosmopolita nata do céu, num inter-continental doce da casa, numa trans-atlântica fruta da época ou, se quiser ser mais arrojado, numa luso-italiana fatia de Vienneta, que nunca poderá faltar num qualquer <em>snack-bar</em> português que se preze.<br /><br />Mas não.<br />Dei de caras com o meu mui estimado e conterrâneo Ovo Mole (deve pronunciar-se <em>Obo Molle</em>, em Abeirense da Bairrádá).<br /><br />O processo de expansão do Ovo Mole nestas paragens, tem-me feito tirar algumas notas acerca do volumoso aproveitamento que um produto local/nacional pode ter "fora de portas".<br />Reúno então, uma série de informações ultra-secretas e oficiosas, para que a vereação do Eng. Élio Maia e a Câmara Municipal de Aveiro possam perceber como as coisas se devem processar.<br />Chega de Bugas, de passeios de Moliceiro na Ria, de ciclovias, salinas, Universidades urbanisticamente perfeitas, de eco-museus, etc, etc, etc.<br /><br />Meus caros aveirenses: isso já deu. Démodé. Passado. Esquecer. Caput!<br /><br />Todas as nossas energias no: Ovo Mole.<br /><br />E estes senhores, arautos do pioneirismo e da experimentação, não fizeram por menos e apresentam-nos uma gama infindável de variantes deste produto que será, concerteza, um <em>case study</em>, nas áreas da restauração e hotelaria mas também nas escolas de marketing em Portugal.<br /><br />O Ovo Mole é (para se ter uma pequena ideia da popularidade do fenómeno) também usado na oralidade, como expressão dita e ouvida quotidianamente por qualquer indivíduo moderno que se encontre perdido, desencontrado, em lazer, em trabalho, deprimido, alegre, soturno ou a fazer o pino.<br /><br />As margens de lucro, que vão largamente compensando o investimento na produção desta pérola aveirense das arábias, são inimagináveis e deixam adivinhar um futuro ainda mais risonho.<br />Os Ovos Moles são, de facto, irresistíveis e viciantes.<br />E aqui há dos maiores já alguma vês fabricados: assim mesmo, à escala do Guiness, da Avenida da Boavista ou daquele golo do Madjer.<br /><br />Não há um dia em que o Sheik não peça um nOvo.<br />Não há um dia em que um não começa a ser produzido.<br />Apenas um reparo: o processo de internacionalização do produto tem uma matiz desviante.<br />Dizem eles que, para facilitar a sua mediatização e porque o Inglês é a Língua franca, se deverá corrigir linguisticamente para: "Ovo Mall" (sim...a mesma história do <em>All</em>garve!).<br />Esta nova evolução para "Ovo Mall" funda-se também, justamente, na semelhança com aquela supra citada pronunciação genuinamente popular: do Abeirense da Bairrádá, <em>Obo Molle</em>.<br /><br />Ver para crer: o Ovo Mall está em todo o lado e tem já nomes próprios.<br /><br />"Where is Marina (Ovo) Mall?"<br />"Oh...look! The biggest (Ovo) Mall in the World!"<br />"It´s easy... You should cross till The Emirates (Ovo) Mall."<br /><br />Caros concidadãos aveirenses, posto isto, na próxima Assembleia Municipal, em massa, gritar:<br /><br />Abra os olhos, Eng. Élio!<br />Por onde tem andado?<br />Aveiro precisa disto!!!<br /><br />P.S.: Citando José Hermano Saraiva em mais um épico final d´Os Horizontes da Memória no Dubai: "... e é uma pena que uma Civilização como esta, a Árabe, que ensinou o mundo a contar, a cultivar o Algarve, a dançar o ventre, a fundar o Farense e alguns clubes de Lisboa, tenha agora, como base cultural o objecto que é, ao mesmo tempo, a melhor das metáforas: é parido rapidamente, por um dos animais menos dotados do mundo e que, pousado e sendo mall, nunca se aguenta em pé."<br /><br />É o Ovo Mall.<br />Anymall.<br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5305923571511605378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7LJnlv0DEXF4T5PH9mkfUEfCpi8-EUmlT313wuoNCPsaBSz58RPVKRnWdwTpWNMf8mxjjgw2OZNKTLbX_PzRxsjqoXP_QBV1-uyUbjeQGso2A6kuy3CTgQTCaJTPv3b-dxZSmy9rtdEo3/s400/DSC01235.JPG" border="0" />João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-74890070021025362652009-02-19T12:20:00.035+04:002009-03-11T12:39:55.650+04:00A Ana Maria e aquela semana<div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Tinha-lhe dito, ainda no Porto, antes de emigrar, que seria sempre um risco ela partir para solo arenoso assim. Estando eu "lá" apenas há duas semanas.</div><div align="left"><br />Os anfitriões dignos dessa designação têm que ser cicerones.</div><div align="left">Os cicerones amadores (os que amam o que fazem e todos aqueles que não laboram em agências de turismo) têm que se preparar.</div><div align="left">Eu deixei o pré-aviso.</div><div align="left"><br />A Ana Maria Barros chega-se-me numa Sexta, com quase 30 anos.</div><div align="left">Ainda "vintona" mas nascitura dos 30, quis marcar no Dubai o colapso do "2"e o parto do "3".</div><div align="left">E acho que fez muito bem.</div><div align="left">E ela também.</div><div align="left"><br />A semana de trabalho nos Emirados tem início no Domingo e término na Quinta-feira. </div><div align="left">Ainda me custa (como hoje) encaixar a Quinta como o início de fim-de-semana.</div><div align="left">E como me concentrar aos Domingos à tarde no trabalho, quando se estava habituado a ver a bola à mesma hora?</div><div align="left">Este foi um dos maiores dramas que encontrei.</div><div align="left"><br />O Domingo, para mim, foi sempre o Dia Santo e a Quinta-feira, a penúltima estação do calvário com vista à redenção, que é o fim-de-semana.</div><div align="left">Adiante.</div><div align="left"><br /><strong>1-</strong> A Ana Maria, como é <em>todaprafrentex,</em> deixou-me mais tranquilo porque o tempo que teria que passar inevitavelmente no trabalho seria preenchido com um largo saco de actividades que ela iria descortinar.</div><div align="left"><br /><br /></div><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5304459056850129474" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJOUvwQQtDOPtqb3Pvu8F46Oujtz772eUeU_0nGgGBS-cxZtzct1EcLwNhSZ805yh9oyWYVxApQkoK9kivaGh6BOoFMpgs2W8AiettBSiqGiEmcJxUcHA6vCRtGSMAo1LL9LF7i7dVbCyi/s400/DSC01249.JPG" border="0" />E assim foi.<br /><br />Por outro lado, ironia das ironias, seria a Ana Maria a recomendar-me o que visitar no Dubai.<br />Como acertadamente temi, o anfitrião-nada-cicerone, seria literalmente comido pela sabedoria adquirida do convidado.<br />E bem jeito me deu porque agora sou mais cicerone para receber, por exemplo, o Tiago que virá em Abril.<br /><br /><strong>2-</strong> <strong>Fada-do-lar<br /></strong></p><p>A Ana Maria passa muito bem a ferro, é prendada na cozinha e nas limpezas.<br />No fundo, uma mulher como já não se vê muitas, que preferem comprar tudo feito.<br /><br />Em casa de homens pró-mediterrânicos/latinos, aquelas qualidades assumem uma importância elevada ao cubo. São cordões de tradição milenar que, muito dificilmente, abandonarão os homens portugueses até que este planeta desapareça.<br /><br />As minhas aulas práticas (já que as teóricas ainda estão por doutrinar) de <em>ironing,</em> em Aveiro, com a também milenar minha mãe, mostraram-se muito proveitosas.<br />Mas as camisas, essas, exigem muita prática e a Ana Maria esteve igual a si própria, mostrando quem é que manda na tábua de engomar.<br /><br />Foi uma semana pró-militar no que diz respeito à organização dos nossos haveres.<br />Como bem diz o ex-combatente ao imberbe jovem: "...não te fazia nada mal uma ida à tropa!"<br />E tem razão. </p><p><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5304459061196098162" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho4uqjrU4MM5HkFE0yADGrghgtCdkZqki6xpzjOEp766BRReVLP9I0JlWeKRo7p4YkGHqizRmK6Ltq5Eby8KkJwuazke7sAva5hv7gt__tgNIUshHWqM_XXQUPsvksPAyMSyiu2O527MgF/s400/DSC01108.JPG" border="0" /> </p><p align="center"><em>Uma casa portuguesa (e os dedos do pé direito pedicurado da Ana Maria)<br /></em><br /></p><p align="left">O segundo dos motivos (e talvez o maior) que contribuiu para que esta missão às arábias, por parte da Ana Maria, tenha sido um sucesso, tem dois nomes próprios: Ciríaco e Isabel.Este simpatiquíssimo casal de portugueses introduziu-nos à realidade das logísticas do mundo árabe...</p><p align="left">Passo a descrever.</p><p align="left">As nossas duas primeiras semanas foram verdadeiramente caóticas no que respeita ao firmamento de um contrato de arrendamento que tem que ser (imagine-se!) pago, de início, pela totalidade do tempo de estadia, nesta caso seis meses. A mesma agência imobiliária que nos apresentou o apartamento "no qual" (plágio a discurso de Cristiano Ronaldo) residimos, mostrou-nos, para terem uma ideia, um outro situado na Marina mas sem contrato: "There is no problem. I think that the tenent is away in UK. He won´ t return before August. So you´ll give me the money and that´s it. Ok?"<br /><br />Claro pa! Toma lá então o dinheiro para este espectacular apartamento já arrendado!<br />Se estivermos a dormir e "ele" entrar por aí, bebemos todos umas cervejas e falamos da saída (já tardia) de Scolari do Chelsea...<br />O Ciríaco disse-nos que isto seria só o início de uma grande aventura comunicativa.<br />Ter-me-ei que deter em detalhe, num futuro próximo, nesta matéria que dará pano para uma grande manga.<br /><br />Concordamos imediatamente que ser europeu (não necessariamente ocidental), é algo de insubstituível no que diz respeito a algumas regras estruturais de vivência em sociedade.<br /><br />Quero terminar, por sublinhar e agradecer publicamente toda a ajuda neste nosso <em>settling</em>, por parte dos amorosos Ciríaco e Isabel (e da "outra Isabel" que me aturou numa das torres da JBR durante a semana e meia que marcou a dura batalha negocial).<br />E pela companhia da Isabel (sénior) em toda a estadia da Dra. Ana Maria Barros (que sorte hã, ó Maria!).<br /><br />Em grande parte das nossas interessantíssimas conversas ao jantar no seu belíssimo apartamento da Jumeirah Beach Residence, acabamos sempre por reiterar que o português que está "lá fora" é, sem dúvida, muito mais português que os outros.<br /></p><p align="left">Porque, habitualmente, o portugues<strong>ito</strong> (o uso dos diminutivos atesta o que digo) é pessimista, miserabilista, faz-se valer recorrentemente de exemplos estrangeiros e é de baixa auto-estima (enorme excepção feita à única classe de portugueses novos-ricos: os futebolistas ou <em>futeboleiros</em>, se falarem ainda menos bem a Língua de Camões). </p><p align="left">Tem que ser assim, como Deus quer. Ir andando devagar<strong>inho</strong>. Saud<strong>ínha</strong> é o mais importante...que quando El Rei Dom Sebastião regressar, tudo será resolvido.</p><p align="left">Estando distante, física e culturalmente, temos tempo e espaço para comparar:<br /><br />-reflectir e reprovar os defeitos de Portugal.<br />-confirmar e elogiar as virtudes de Portugal.<br />-reflectir e reprovar os defeitos da cultura alheia.<br />-confirmar e elogiar as virtudes da cultura alheia. </p><p align="left">- Temos ainda saudade(s).<br /><br />Pela comparação, pela distância, pela abstinência do conforto adquirido, tornamo-nos, se quisermos ser honestos, muito mais razoáveis, flexíveis, tolerantes, civilizados e, mais importante que tudo, mais evoluídos.<br /><br />Por mais que saibamos que os emigrantes tradicionais dos idos sessentas "nas Franças e Suiças"<br />encarnavam uma série de personagens, regra geral, pouco agradáveis como cartão de visita nacional (mas que grande acto de coragem, ao mesmo tempo, partir sem falar a Língua!), apercebemo-nos cada vez mais que os "novos" emigrantes portugueses já são de outras águas.<br /><br />O que me deixou com um brilhoz<strong>inho</strong> nos olhos foi perceber que aquele inexcedível casal da geração dos meus pais, se enquadra claramente naquela segunda categoria de emigrantes: lucidez, abertura de espírito, aventura e partilha descomprometida.<br /><br />Tudo aquilo que é saudavelmente muito pouco português.<br /><br />Aguardo os meus sessentas desta forma e espero ser capaz de conseguir.<br /><br /></p><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5304459050974412834" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBTIy58pZiYzdJO4y9mmfTwfkXuG0-gzIN87N8cVI3_NsmAFfZ15JVRYg33CTcuD8esTC00FV-IgoRk6rjvxpSHzkSb14gWcLoayTPkC1i_Cagl5OFPASYgXTi39avudHp68Bsb_fwLmlx/s400/DSC01116.JPG" border="0" /></p><p>Um grande bem-haja, Ciríaco e Isabel!</p><p>Tenho dito. </p><p></p>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-24605589252200985082009-02-17T10:25:00.024+04:002009-03-07T04:42:30.045+04:00Desert Sessions<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaqOJWu5uKh35xMJtT0Md8m6JaaRiHmrkzpAqVDQZQf2P3TpbxvPFkOaBSnABgFfF9YiNnR7HtUCM_kyV4mdHGhAkwOurJq7MuujGy7q5H-X86USobk_ah9XX6CgT_G2I-XkuK8PrQo1WO/s1600-h/IMG_1374.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303664763934816738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaqOJWu5uKh35xMJtT0Md8m6JaaRiHmrkzpAqVDQZQf2P3TpbxvPFkOaBSnABgFfF9YiNnR7HtUCM_kyV4mdHGhAkwOurJq7MuujGy7q5H-X86USobk_ah9XX6CgT_G2I-XkuK8PrQo1WO/s400/IMG_1374.JPG" border="0" /></a><br />Foi a primeira vez que adquiri um <em>pack</em> turístico.<br /><br />Para além de ser pouco dado a <em>packs</em> (à excepção dos <em>digipacks</em> que transformam qualquer prateleira) nunca tinha recebido algum ordenado.<br /><br />Na impossibilidade de cumprir a promessa que fiz a mim próprio com alguns dias de vida (de utilizar o meu primeiro ordenado para me fazer sócio do Futebol Clube do Porto) investi a maquia numa viagem às dunas.<br />O programa das festividades incluia, inicialmente, um trajecto de cerca de 30km até ao deserto.<br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303666607786804578" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip2rwlt0y_TQJwdTzTZiRSAg_kD1QWX1AgFNZCzg6BEWamvMkYMXleHnukVSPlVpgo10tNfnMM8podxOzxTYGkO5xGBANux553fgXYUzihSSiQOnlqKkQ64lG2180rxZFTHbkTLqR6FYFJ/s400/IMG_1437.JPG" border="0" /><br />Se pensarmos que o Dubai é deserto (assim como todos os Emirados Árabes Unidos e Península Arábica) não temos mais nada que...deserto.<br /><br />Foi a melhor coisinha que fiz nestas três semanas.<br /><br />As viagens, e mais que isso, as estadias mais (ou menos) prolongadas num local que não o "nosso", têm que envolver exclusividade.<br /><br />E o deserto é exclusivo para um português. Não vale a pena estarmos com a sempre tão oportuna balela de dizer aos escandinavos que se passeiam em Lisboa ou no Porto que o Distrito de Beja é "tipo" deserto e que Portugal, apesar de pequenino, dispõe de uma panóplia infindável de microclimas, <em>habitats</em> e paisagens.<br />Neste caso, não resulta.<br /><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303668639767273442" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtkEeNqEp7pAgpKRuUCEAKWHZmnFrJQswItRdZ7sIK9IqFUAPQdA6GGhDb74lht8sSN42X_Ldfrqw1xJkNnK2mca1I2zh5DVne66N_4aM0zTZVM35hrPJHugTbhK5ixxtKWWtLCyy_29HR/s400/IMG_1377.JPG" border="0" />Nem para um minhoto Portugal pode ser deserto. <div>Portugal é tudo menos deserto e o Distrito de Beja, quanto muito, será desértico e seguramente desertificado.</div><div>O deserto não é desértico nem desertificado.</div><div>É deserto.</div><br /><div>É deslumbrante pela austeridade, pela simplicidade, pela imensidão e muito, pela ausência de água. </div><div>Deixem-me ali sozinho , a 30km de uma das cidades com mais tecnologia no mundo. Pediria apenas uma esferográfica e um pequeno rádio. </div><div>Escreveria madrugadoramente A<em>s Minhas Memórias</em> ao som de <em>A Thousand Leaves </em>do Nick Drake.<br /></div><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303665797473668882" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUJLEMuv85T1QzRoc3-YfzzodqOzxXwAdG5tkS8zbECuQrRyG8i5gW8aBrDOqla8FQoaIeRdJ-5S2pZQWbKv0FuSBGZ0sH9vvW_j44hTtNktgJWKtvQx19ZGVqILVIQzulz0oG25Hc90G9/s400/IMG_1393.JPG" border="0" /> Eu e a Ana Maria (que fez o grato favor de me acompanhar e que vai ser alvo do próximo <em>post) </em>passeamos de <em>jeep</em>. Passear é o eufemismo que encontro já que o que aconteceu foi um verdadeiro <em>show</em> de <em>roller cost</em> dunar. Seguimos quase à risca o conselho de não ingerir qualquer alimento. E fez todo o sentido.<br /><br />Para o fim, um banquete (já de noite) com os <em>clichés</em> de quem procura estes <em>packs-oásis</em>: comida condimentada à moda do Médio Oriente (já comi qualquer coisa muito semelhante na Cantina d´os Grelhados), pintura de mãos/pés para a menina, traje árabe para foto <em>hi5</em>, dança do ventre e, cereja em cima do bolo, a viagem de 2 minutos de dromedário. Escusado será dizer que fomos bombardeados com a informação que o animal-cargueiro seria pois, o camelo.<br /><br />Pelo meio, o nosso cicerone indiano a quem, carinhosamente, apelidamos de Buba (alguém se lembra do <em>hat trick </em>ao Sporting deste já grande clássico do futebol português?) que, com o seu Inglês macarrónico nos ia explicando que todos os dias em<em>pack</em>ota turistas de todo o mundo e os leva a sair do Dubai. </p><p>Dizia-nos ele: "Is he really portuguese, Vashco da Ghama?". Ao mesmo tempo, assegurava-nos saber que Goa foi portuguesa mas que agora é uma <em>promenade</em> de <em>globetrotters</em> e de nostálgicos <em>hippies</em> em busca da juventude perdida.<br /></p><p>É o tal problema dos <em>packs</em>: não há muito mais para além do <em>resort</em>.<br /><br />Mas aqui não há nada a fazer. </p><p>Até conhecer a beduína que acampe comigo e me diga, à luz da lua, que quer conhecer Sobral de Monte Agraço. </p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303667063920113650" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi48G5KQ-VW7sSuW9LKlq0f_V6aSt0INUswScBrOu_bPcR-OBzv9DU1yCDfFZ_VkUw8-xUZl0kSzfQLf80c2z_hBpLbSYoAvOq65S3GKisfp_uzL-z9q6bkPO9rZDMuKSgf64icK24epWGC/s400/IMG_1410.JPG" border="0" /> O deserto é bonito.João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7653955958740933422.post-73938042007916454162009-02-15T17:38:00.018+04:002009-03-17T01:36:57.319+04:00It requires people to make the dream a reality<div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdCuEnc25QcXXxx0UVJcHiHADiktSVisq8uyvoAT8MhOYAO3qvO_PW7oUxiZTixUyIJfwVjYuKy8sY6Gbytm0rP4vhc_x3wv5Ec7KE57e0uwd0OhZgLMfuM2jJZzDbJWG0XrzAQElf3veK/s1600-h/Image0020.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303019822187184098" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdCuEnc25QcXXxx0UVJcHiHADiktSVisq8uyvoAT8MhOYAO3qvO_PW7oUxiZTixUyIJfwVjYuKy8sY6Gbytm0rP4vhc_x3wv5Ec7KE57e0uwd0OhZgLMfuM2jJZzDbJWG0XrzAQElf3veK/s400/Image0020.jpg" border="0" /></a><em> 3-2-1: outerspace!</em><br /></div><div align="center"><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5VETymCj55qX48a_4pSHLdAGws7jqXm78NQXnEfDNjpQp_61t4STxWC0LOO8wEHImLrcuSdnpJou5id-ey55RK8mTsw5fCwrx0vy0ubNnYi5pNES2lxQmb7ZZyotfiCFgAyK3gQOentDL/s1600-h/Image0010.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303019822554256690" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5VETymCj55qX48a_4pSHLdAGws7jqXm78NQXnEfDNjpQp_61t4STxWC0LOO8wEHImLrcuSdnpJou5id-ey55RK8mTsw5fCwrx0vy0ubNnYi5pNES2lxQmb7ZZyotfiCFgAyK3gQOentDL/s400/Image0010.jpg" border="0" /></a></div><div align="center"><em>Real estate: Negotiating, to buy Burj Dubai...</em><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAokpFGJH8lo4IiKm4sU3nJZxlBf_7TzjcsNQPIZrSlhpsMoiBlU4qhxrxrS92e4pllcrqiaK8MnFfjfAJkzS-154dr8E5WT_64LV-oGWbZZkPjrr3gUIbas1Q4tuDqArtFTCAW9thFPCu/s1600-h/Image0016.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303019823456964050" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAokpFGJH8lo4IiKm4sU3nJZxlBf_7TzjcsNQPIZrSlhpsMoiBlU4qhxrxrS92e4pllcrqiaK8MnFfjfAJkzS-154dr8E5WT_64LV-oGWbZZkPjrr3gUIbas1Q4tuDqArtFTCAW9thFPCu/s400/Image0016.jpg" border="0" /></a><em>Landlord: Sheik Al Maktoum</em><br /><br /><div align="center"><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeNVbiY7hlqnAumDyNYR3x7f_s6DTYrz6jXaTgn2F6HC_KG6AKcxrqYeYR1Ct3SLcyNRoOycwUCtMhqWAaKS8_f-w8aVRt5KCdbgOhOcWzfJUN1tRplB5TAjevD96oWZ8VSiA_g1H2tsfN/s1600-h/DSC01215.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303019816067418658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeNVbiY7hlqnAumDyNYR3x7f_s6DTYrz6jXaTgn2F6HC_KG6AKcxrqYeYR1Ct3SLcyNRoOycwUCtMhqWAaKS8_f-w8aVRt5KCdbgOhOcWzfJUN1tRplB5TAjevD96oWZ8VSiA_g1H2tsfN/s400/DSC01215.JPG" border="0" /></a></div><div align="center"><em>Dubai´s Culture and identity.</em><br /><br /></div><div align="left"></div><div align="left">Torço o nariz logo que aterro.<br /></div><div align="left">Tudo menos que normal quando, após 3 dias noutra área do globo, se fica com a sensação que já se viu tudo. Neste caso, que se viu quase nada...<br />Animado pela esperança de estar redondamente equivocado e porque ainda distam cerca de seis meses para regressar à Praia da Barra e ao Verão português, comprometo-me a desistir daquele palpite.<br /><br />Se o Dubai praticamente não existia quando Walt Disney decidiu escrever a frase que brilhantemente escolhi para título parangonal deste blog, facilmente se constatará que o rei da animação tinha, nestas paragens, inspiração suficiente para redesenhar toda a génese do movimento animado.</div><div align="left">E é de animação que se trata.<br /><br />Qualquer escala de riqueza, em qualquer ponto do globo, é pouco comparável a esta.<br />Esbocei uma escala meramente ficcional (tal qual a realidade dubaiana). </div><div align="left">Nada de aproximações xenófobas e/ou julgamentos pró-qualquer-coisa.<br />A saber (por ordem decrescente):<br /><br />1- Sheik<br />2- Os (desenhos) animados pelo dinheiro que é comprado em petróleo e que, normalmente, são familiares e/ou afilhados do Sheik.<br />3- Os expatriados (quais nómadas de "casa com piscina" às costas) que estão, claramente, sempre em trânsito movidos pelo dinheiro que auferem.<br />4- Os estagiários da AICEP Dubai (mais expatriados ainda). </div><div align="left">Embolsam um ordenado jeitoso se fosse o primeiro ordenado de uma carreira profícua em Portugal. Mas pagam por um T1 partilhado por 3 pessoas, mensalmente, por pessoa: 700 euros (preço de amigo e regateado quase até à morte).<br />5- Rameiras, sucedâneos e <em>shemales</em>. Leste europeu, Malásia e Filipinas, respectivamente.<br />6- Indianos, filipinos e paquistaneses. Verdadeiros <em>playmobis</em> da construção civil, restauração e hotelaria.<br />7- Não há cães vadios (caso existissem...teria que repensar algumas das posições da escala).<br /><br />É fácil ser-se orgulhoso quando se tem petróleo na eira...</div><div align="left">Não há carros fracos. Ou melhor, a maioria dos carros é mesmo luxuosa. Nem ponta de exagero nisto.E conduzir com 7 faixas de cada lado e <em>skyscrapers</em> inacreditáveis de um lado e do outro é experiência de cinema.<br />Já passamos pelo Sheik que enverga orgulhosamente a matrícula nº 1 do Emirado. </div><div align="left"></div><div align="left">Indianos, filipinos e paquistaneses são aos milhares e tratam-nos, a nós europeus, por <em>sir</em> e <em>boss</em>.<br />Temos aqui connosco um deles: o Madu, office-boy. É uma jóia de moço. </div><div align="left">Aprendeu a tirar cafés com os portugueses. </div><div align="left">Só por isso já posso partir tranquilo.<br /></div><div align="left"></div><div align="left">Esta reverência asiática pró-europeia, para além de falsa, faz-me comichão.<br />Mas normalmente os europeus gostam. Mesmo os latinos. E os latinos serão sempre, de entre os europeus, os mais bonitos (mas nunca os mais vaidosos).<br /><br />Os árabes endinheirados são a vergonha do resto do mundo islâmico. </div><div align="left">Dubai tem putas e muitas. </div><div align="left"></div><div align="left">Aqui ao lado na Mesopotâmia ,que nos deu quase tudo, e teima agora em tira(niza)r um pouco, não devem achar muita piada a esta vidinha de pseudo-árabes bem vestidinhos.<br />Mas que muito pouco me identifico com esta fábula, lá isso é verdade...</div><div align="left">Prefiro a realidade de uma boa francesinha no Porto ou um ovo mole na Peixinho. Para não falar daquele bom Ramona de <em>Fiats Punto</em>s à porta.<br /></div><div align="left"></div><div align="left">Bem, depois deste pequeno enquadramento, vou tratar de continuar a enviar legislação árabe mais-ou-menos traduzida para a Soares da Costa e ver se caço um emprego bem remunerado para investir na minha discografia pessoal, muito depauperada nos últimos meses. </div><div align="left"></div><div align="left">Depois disso, quero regressar outra vez, já subido na escala, pelo menos como expatriado-profissional e nómada mas já com os discos que comprei em terceira mão no Porto. </div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Quiçá o futuro me leve directamente ao Sheik. E o Beira-Mar ascenda, então, à Liga Sagres e por lá fique, construindo uma história recheada de Champions League´s e vitórias ao Benfica.<br /></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left">Salamalecum!</div></div></div>João Sardohttp://www.blogger.com/profile/09242953409038903197noreply@blogger.com10